A retirada de patrocínio e a transferência de recursos para uma seguradora está em perfeita sintonia com o atual momento político pelo qual passa o país, que claramente privilegia os interessados do mercado, principalmente o financeiro.
Cinco meses depois de fechar o SantanderPrevi para novos participantes e afirmar, em comunicado oficial, que não haveria mudanças para quem já estava no plano de previdência, o Santander informa que irá retirar seu patrocínio. Justifica-se dizendo que se vale da prerrogativa conferida legislação, no Estatuto e no Regulamento do plano para tal ação, que foi tomada de forma unilateral. Nem sindicatos, nem Afubesp foram consultados ou sequer informados com antecedência sobre a decisão.
A carta endereçada aos participantes da patrocinadora Zurich informa que o processo será submetido à Previc e que a prazo da autarquia para analisar o pedido é de 60 dias úteis, tempo que pode ser prorrogado por igual período. Ou seja, a gestão Sérgio Rial segue com o plano de priorizar apenas seus lucros e seus acionistas, deixando seus trabalhadores – os responsáveis por obter os ótimos resultados conferidos nos balanços – sem a segurança de um plano de previdência fechado.
Seria essa a reforma da previdência que o Santander diz ter feito em seus materiais publicitários? Primeiro começa oferecendo aos novos funcionários um plano aberto SBPrev (PGBL e VGBL), administrado pela Icatu Seguros. Depois descontinua o patrocínio ao SantanderPrevi e deixa os trabalhadores com três possibilidades: resgatar o dinheiro arcando com os tributos; transferir a reserva para outro plano (provavelmente o que já oferece aos novos bancários), ou combinar as duas opções. O resultado dessa medida nefasta é que os trabalhadores deixarão de ter suas aposentadorias complementadas. Prevalece a visão financeira do Santander e não a preocupação com o futuro da aposentadoria de seus funcionários.
A retirada de patrocínio e a transferência de recursos para uma seguradora está em perfeita sintonia com o atual momento político pelo qual passa o país, que claramente privilegia os interessados do mercado, principalmente o financeiro.
Essa pode ser apenas a ponta do iceberg das intenções do Santander nas questões previdenciárias de todo o seu conglomerado. Por tudo isso, a Afubesp e os Sindicatos irão cobrar explicações da direção do banco, pois essas decisões unilaterais só causam prejuízos aos trabalhadores.
É isso o que o Santander pode fazer por você hoje. Pegou a visão?
Fonte: Afubesp