Paulo Guedes afirmou ao mercado financeiro, novamente, que as privatizações de várias estatais seguem nos planos do governo, inclusive o BB
O ministro da Economia, Paulo Guedes, colocou mais uma vez o Banco do Brasil, a Petrobras e todas as demais estatais na “fila” da privatização.
“Um plano para os próximos dez anos é continuar com as privatizações. Petrobras, Banco do Brasil, todo mundo entrando na fila, sendo vendido e sendo transformado em dividendos sociais”, declarou Paulo Guedes nesta segunda-feira 27, durante participação por videoconferência no encontro “O Brasil Quer Mais”, organizado pela International Chamber of Commerce (ICC).
“O governo Bolsonaro tem, desde o início, a intenção de privatizar tudo, entregar tudo ao mercado internacional, inclusive o Banco do Brasil e a Caixa. Só não alcançou nem mesmo 10% desta meta por conta da resistência dos funcionários das estatais, do movimento sindical e pelas sucessivas crises políticas geradas por Bolsonaro e seus ministros”, ressalta Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancária do BB.
Todos os funcionários do BB e empregados da Caixa, com a privatização, ficarão com seus empregos ameaçados. Lembremos dos colegas que foram do Banespa, banco comprado pelo Santander. Parte deles ficaram, sofrendo horrores, e grande parte saiu rapidinho. O banco privado não tem interesse em arcar com os altos salários do banco público privatizado.
Desmonte
O movimento sindical lembra que o BB está passando por um processo de desmonte. Em doze meses, o Banco do Brasil fechou 6.956 postos de trabalho, sendo que 2.358 postos foram fechados apenas do primeiro para o segundo trimestre deste ano. Também foram fechadas 390 agências e 33 postos de atendimento bancário, em comparação com junho de 2020.
“Postos de trabalho extintos, agências fechadas, terceirização, perda de funções, desrespeito ao direito à saúde dos trabalhadores e a isonomia no edital do novo concurso do BB. Todas estas ações enfraquecem o BB enquanto banco público e o tornam mais atrativo para um futuro comprador. Este processo de desmonte parece ter início, meio e fim, sendo o fim a privatização do BB”, explica a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).
2022
Os representantes dos funcionários convocam todos a resistirem, para defender seus empregos, direitos e a importância do BB enquanto banco público. Um banco extremamente lucrativo, que cumpre sua função social e de desenvolvimento. Um banco que deve ser fortalecido e não desmontado para ser privatizado. Acabar com os planos de Guedes de privatizar o BB e todas as estatais significa derrotar Bolsonaro, garantindo que não tenha tempo para entregar o patrimônio brasileiro aos banqueiros privados. “Porém, nas entrelinhas da sua fala sobre um plano de 10 anos, Guedes deixa evidente que acabar com as estatais é um plano da direita, com ou sem Bolsonaro. O que não conseguiram nos anos 90, o fim das nossas estatais, querem vencer as eleições para conseguir. Portanto, o próximo ano é decisivo. Ou ficamos acreditando em fake news ou vamos lutar em defesa do BB público”, finalizam.
Fonte: SEEB de São Paulo com edição da comunicação do SEEB de Santos e Região