As duas categorias estão em greve e se reunirão na Praça Mauá, às 16h
Está marcada para amanhã (quarta-feira, 25/09) a passeata das categorias em greve dos bancários e dos empregados nos Correios. A manifestação em conjunto será pelas ruas do Centro de Santos para alertar a população sobre suas reivindicações e a intransigência dos banqueiros e do governo federal. A concentração é a partir das 16 horas, na Praça, Mauá, em frente ao Santander.
Banqueiros ignoram reivindicações, clientes e a população
Os bancários chegam ao 7º dia de greve, na quarta-feira (25), e a Fenaban – Federação Nacional dos Bancos – continua intransigente e não quer negociar um índice acima da inflação. “Os banqueiros estão vendo de camarote os bancários e a população sofrer com a greve. Nós já esperávamos a desumanidade de quem somente vive para e pelo dinheiro. Todo ano é a mesma coisa, eles oferecem reajuste miserável, abaixo das outras categorias, para empurrar a categoria para a greve”, afirma Ricardo Saraiva Big, Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
As paralisações nas cidades de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande continuam com 90% das agências bancárias fechadas. Em Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga 70% dos bancários cruzaram os braços, por tempo indeterminado. “Estimamos que mais de 3.600 bancários participam da greve, de um total de 4.500 na Baixada Santista”, contabiliza Big.
Os banqueiros oferecem reajuste de 6,1%, índice abaixo da inflação, apesar de ganharem líquido 30 bilhões somente nos primeiros seis meses de 2013, conforme dados de seus próprios balancetes auferidos pelo DIEESE. Os bancários reivindicam 11,93%. A data-base do Acordo Coletivo da categoria é 1º de setembro e a greve é nacional.
Banqueiros enviam negociador ao Congresso para defender a terceirização
Segundo o Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, a situação dos bancários vai piorar se o Projeto de Lei 4330, da terceirização e de interesse do empresariado, for aprovado no CONGRESSO NACIONAL.
“A proposta visa escancarar o uso de trabalhadores terceirizados em diversos setores e reduzir direitos”, esclarece. Na audiência pública sobre o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização para atividades fim, de autoria do deputado e empresário Sandro Mabel (PSDB), dono das fábricas das bolachas Mabel, realizada dia 18, no plenário da Câmara Federal, os banqueiros enviaram seu ex-negociador de conflitos na Fenaban, Magnus Apostólico para defender a terceirização. Caso este PL 4330 seja aprovado os bancos poderão demitir todos os bancários e terceirizar do gerente ao escriturário com salários menores e nenhum benefício e direitos.
DIEESE
Segundo estudos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), quem trabalha em firmas terceirizadas: – Recebe salário 27% menor que o contratado direto; – Tem jornada semanal de 3 horas a mais; – Permanece 2,6 anos a menos no emprego do que um trabalhador contratado diretamente; – A rotatividade é maior – 44,9% entre os terceirizados, contra 22% dos diretamente contratados; – A cada 10 acidentes de trabalho, oito acontecem entre os trabalhadores terceirizados. O número de óbitos no local de ofício é cinco vezes maior do que entre os contratados diretos, nos setores petrolífero e elétrico.
As reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 11,93%
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Fonte: Imprensa SEEB Santos e Região