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Pandemia agrava casos de saúde mental e jovens sofrem mais os impactos

15 de setembro de 2021

Campanha Setembro Amarelo pauta a discussão sobre saúde mental e suicídio. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), no Brasil, são registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos

O Setembro Amarelo é uma campanha nacional que tem como objetivo pautar o debate sobre saúde mental e prevenção ao suicídio. Na oitava edição, a campanha tem como tema “Agir salva vidas”.

 

A psicóloga Ana Bonadese ressalta que a Campanha é um marco memorial sobre a importância de se falar sobre o adoecimento emocional e as possíveis consequências trágicas que podem culminar no suicídio. No entanto, ela enfatiza que é preciso atenção aos riscos o ano todo.

 

“É fundamental termos acesso universal, eficaz e eficiente aos serviços de saúde mental garantido a população que apresenta essa indicação”, defende.

 

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), no Brasil, são registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos e mais de 1 milhão no mundo. Os números podem ser bem maiores “em decorrência das subnotificações”, alerta a associação.

 

Em nota, a ABP destaca que o cenário é preocupante e que os números servem de “alerta para que a saúde mental seja um tema importante para a saúde pública”. A cada ano se registra mais casos de adoecimento mental e suicídio, principalmente entre os jovens. 

Para Bonadese, o contexto pandêmico agravou os casos de transtornos depressivos e ansiosos. Ela explica que os riscos para o adoecimento e suicídio são de ordem multifatorial, mas que em alguns ambientes os impactos são mais agressivos.

 

No ambiente acadêmico, com “o aumento da dificuldade de se lidar com as aulas remotas, o sofrimento pelo isolamento social, a insegurança econômica crescente, o medo da morte e de não ter acesso tempestivo aos serviços de saúde pública preventivos e pós infecção contribui para o agravamento e aumento dos casos clínicos” aponta a psicóloga.

 

Insegurança

“A insegurança dos universitários é ainda maior, seja pelas dificuldades de colocação no mercado de trabalho, seja pela característica já típica do ambiente acadêmico, de muitas cobranças, competitividade e disparidades de formação sócio cultural em um ambiente não disposto a executar as correções estruturais necessárias” disse Bonadese.

 

Para a estudante de psicologia e integrante do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (DCE-UNB), Maria Eduarda Gibson, para falar do tema é necessário desmistificar a individualização da responsabilidade pelo suicídio. “Devemos vê-lo como um mal social e sua prevenção como responsabilidade do Estado e demais instituições. Sendo a Universidade, lugar onde a discussão tenha protagonismo”.

  

 A estudante explica que o Diretório dos Estudantes trabalha no fortalecimento político das pautas relativas à saúde, “o que faz da saúde mental uma prioridade, dada a historicidade do sofrimento psíquico entre os estudantes”, aponta. 

 

Na opinião de Bonadese, a saúde mental ainda é um tema sensível no ambiente acadêmico. “É comum observarmos casos de universitários que não conseguem lidar com as exigências típicas do final dos períodos de formação, em que os estágios e os trabalhos de pesquisa e conclusão de cursos (TCC e monografias) são obrigatórios e acabam por desenvolver episódios depressivos, ansiosos, entre outros”.

 

Ações de promoção de saúde, física e mental, são importantes para mitigar os efeitos da pandemia. O acesso à informação de qualidade permite que a população em sofrimento busque ajuda profissional. Diagnóstico e tratamento só podem ser feitos pelos profissionais de saúde, preferencialmente, psicólogos e psiquiatras, mas cabendo a detecção também por outros médicos. Alguns sinais de alerta relevantes para um possível adoecimento são: alterações no apetite, insônia, irritabilidade, dificuldades de concentração, perda de rendimento acadêmico e afastamento social. 

 

 “Além disso, discursos do tipo “quero dormir e não acordar mais”, “só dou trabalho”, “sou um inútil”, “sou um peso para as pessoas” e ações de despedida, do tipo organização de documentos, encerramento de contratos e coisas do tipo, além de comportamento de risco (direção perigosa, abuso de substâncias, comportamento social arriscado) são indicativos de que a ideação suicida pode estar presente”, ressalta a psicóloga Ana Bonadese.

 

Alerta

Cerca de 97% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias, alerta a ABP.

 

 “A morte por esta causa é uma emergência médica e pode ser evitada através do tratamento adequado do transtorno mental de base”, enfatiza o presidente da ABP, Dr. Antônio Geraldo da Silva.

 

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

Crédito: CNBB
Fonte: Brasil de Fato/Brasília
Escrito por: Roberta Quintino com edição Flávia Quirino

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Publicado por: Gustavo Mesquita

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