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Onda de suicídios é reflexo do desemprego e reformas de Temer

9 de outubro de 2017

Com aprovação da “Reforma Trabalhista”, Terceirização, PEC do Teto, que congela investimentos em saúde, educação e segurança; e o consequente desemprego da população, o número de mortes por suicídio aumenta no Brasil. Em Santos/SP, infelizmente, houve um caso recente com um vigilante dentro de uma agência do Bradesco

Com aprovação da “Reforma Trabalhista”, Terceirização, PEC do Teto, que congela investimentos em saúde, educação e segurança; e o consequente desemprego da população, o número de mortes por suicídio aumenta no Brasil. Infelizmente, dia 29/9/2017, houve um caso na cidade de Santos/SP, dentro de uma agência do Bradesco. Um vigilante que esperava seu uniforme para iniciar o trabalho soube que estava demitido pela nova firma de segurança contratada pelo banco. Segurança da unidade pela antiga empresa, casado e pai de uma criança, ele dirigiu-se até o banheiro da unidade e deu um tiro na cabeça. Faleceu no hospital no dia seguinte.

O número de demissões nos países onde ocorrem a reforma trabalhista, idealizada por governos de direita, fatalmente aumenta o suicídio. Na Espanha, a reforma foi aprovada há cinco anos por Mariano Rajoy, do Partido Popular – PP, que gerou empregos precários e redução de salários. Condições muito parecidas com as vividas agora pelo Brasil, com forte crise econômica, aumento do desemprego para atender exigências das grandes empre­sas, bancos e organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Nos primeiros meses pós-reforma o desemprego explodiu e atingiu 27%. No Brasil, situa-se hoje em cerca de 14 milhões de pessoas, pelo IBGE.

Suicídios

A cada 40 segundos, um suicídio ocorre no mundo. Ao todo, são 800 mil registros anuais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora tenha forte componente individual, determinantes sociais – como questões econômicas – também têm influência em diversos casos investigados. Episódios de suicídio são registrados em todos os países, mas segundo dados da OMS, 75% dos episódios ocorreram em nações de baixa e média renda em 2012.

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) sobre austeridade e saúde diagnosticou, a partir da análise de diferentes estudos, que as crises econômicas e o consequente aumento do desemprego aumentam o risco de suicídio e de mortes decorrentes do abuso de álcool. Falta de esperança, dificuldades de se enquadrar no ambiente social e econômico são problemas apontados.

Crise e austeridade

Em momentos de crise, a demanda por atendimento de saúde cresce, tanto pela degradação das condições de saúde quanto pela dificuldade de ter acesso a um serviço privado. Por isso, a possibilidade de ocorrência de suicídios pode aumentar com a adoção de políticas de austeridade.

Mais conhecida como PEC do Teto, esta política de austeridade aprovada por Temer com ajuda de seus congressistas, corta despesas da área social. Ela retira as possibilidades de atenuação dos efeitos da crise na vida das pessoas.

Em países que mantiveram políticas de reinserção das pessoas no mercado de trabalho e renda mínima, além de serviços públicos de saúde e educação, reduziram os efeitos da crise sobre a situação de saúde das pessoas, como também tiveram resultado em conseguir retomar o crescimento econômico em um prazo mais curto do que os que adotaram a política de devastação dos direitos trabalhistas e de política sociais, de acordo com estudo do Ipea.

A situação do Brasil

No País, segundo o Ministério da Saúde, em 2014, foram registrados 10.653 óbitos por suicídio no Sistema de Informação de Mortalidade, taxa média de 5,2 por 100 mil habitantes, praticamente metade da média mundial, que é de 11,4 casos para o mesmo grupo. No entanto, tem sido diagnosticado um crescimento constante do número de ocorrências, especialmente, em relação a determinados grupos sociais.

Jovens

“Fatores puramente econômicos como o desemprego e a renda causam maior impacto sobre a taxa de suicídio ao grupo de pessoas mais jovens”, destacou o Ipea, em pesquisa sobre determinantes sociais do suicídio, publicada em 2010. Pressão social por sucesso e desemprego estrutural entre os jovens são alguns dos fatores que explicam essa situação, segundo o Ipea. O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos no mundo, segundo a OMS.

A questão de gênero é outra questão destacada na análise. Verificando microdados do Ministério da Saúde relativos ao intervalo entre 2000 e 2010, o Ipea constatou que 79% das vítimas são do sexo masculino. Já estudo que trata da relação entre acesso às armas de fogo e suicídio destacou que, quando consideradas apenas as mortes cometidas com armas de fogo, esse percentual chega a 88%.

Na Espanha

Um profundo desespero e um sofrimento extremo que parecem não ter fim. Isso é o que existe sempre por trás de um suicídio. É o que diz uma das maiores autoridades da Espanha sobre a matéria, o médico Santiago Durán-Sindreu, responsável pela unidade de prevenção de suicídios do Hospital Sant Pau de Barcelona. “É um grande problema de saúde pública”, afirma. Um problema, aliás, que não parou de aumentar nos últimos anos. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), de 2013, falam de 3.870 pessoas mortas naquele ano (2.911 homens e 959 mulheres), uma taxa de 8,3 falecimentos por suicídio para cada 100.000 pessoas, a taxa mais alta desde 2005. A cifra coloca o suicídio, por mais um ano na Espanha, como a principal causa externa de morte e representa um aumento de 2,7% em relação a 2012. E isso levando-se em conta que a elevação em 2012 foi altíssima, com 11,3% a mais de 2011.

Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região, EBC Agência Brasil e Forum
Escrito por: Gustavo Mesquita

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Publicado por: Gustavo Mesquita

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