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Caixa Econômica Federal

O maior prêmio da Mega-Sena e a ameaça de privatização das loterias

11 de maio de 2019

Tirando duas edições da Mega da Virada, Caixa pode pagar no concurso deste sábado, o maior valor da história de seus jogos; ao mesmo tempo, governo Bolsonaro tem intenção de tirar do banco a operação das loterias

Hoje às 20h, ocorrerá – no Terminal Rodoviário do Tietê, na zona norte – o sorteio do concurso 2150 da Mega-Sena, acumulada pela 14ª vez consecutiva e cuja estimativa de prêmio feita pela Caixa é de R$ 275 milhões. Trata-se do maior montante “já pago na modalidade, considerando-se apenas os concursos regulares (sem Mega da Virada) e o 3º maior prêmio da história das Loterias CAIXA”, segundo o site do banco público.

 

A Mega-Sena acumula desde o concurso 2136. Nestas últimas 14 edições, foram arrecadados R$ 1,382 trilhão (vide tabela abaixo). Desta soma, pegando apenas duas áreas como exemplo, 17,32% (R$ 239,36 milhões) foram destinados para a seguridade social e 2,46% (R$ 97 milhões), para o esporte.

 

No ano passado, as loterias operadas exclusivamente pela Caixa, entre elas a Mega-Sena, arrecadaram R$ 13,9 bilhões, dos quais R$ 5,2 bilhões (37,4% do total) foram transferidos para programas sociais do governo federal nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde.

 

O maior prêmio da Mega-Sena e a ameaça de privatização das loterias

 

Os investimentos nestes setores, todavia, estão ameaçados por um governo privatista que, começando pela Lotex (loteria instantânea cujo leilão está marcado para o dia 28 de maio, na Bovespa, e o edital já prevê corte nos repasses de verbas para programas sociais), pretende entregar a operação das loterias de mão beijada para multinacionais ou um consórcio delas. A opinião é de Maria Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa.

 

“Mais grave que do que o leilão da Lotex, que talvez nem aconteça, é o fato do governo atual estar preparando a privatização da operação das loterias, hoje feita exclusivamente pela Caixa e que garante investimento nas áreas sociais, além de uma série de outros benefícios à população de forma direta e indireta”, salienta. “Ao privatizar a operação das loterias, o que atualmente vai para investimentos em seguridade social, saúde, educação, esporte e cultura amanhã passará a ir para fora do Brasil, para a sede da multinacional ou do consórcio delas que será responsável pela operação”, acrescenta Maria Rita Serrano.

 

Para a representante dos empregados da Caixa, há uma série de prejuízos com a privatização. De forma direta, além de atingir a população hoje beneficiada por investimentos em áreas sociais, o fato de mandar o lucro para o exterior compromete a soberania nacional. “E de forma indireta, a população também é atingida, pois a Caixa, que administra esses recursos, também financia obras de infraestrutura, é o banco da habitação popular, da poupança etc.”, complementa.

 

“A venda da Lotex abre forte precedente para a entrega de outros setores das loterias e da própria Caixa. É inadmissível que o governo federal fatie o banco público, esse patrimônio do Brasil e do povo brasileiro. Estamos mobilizados para impedir o desmonte da Caixa e toda essa onda de ataques, em defesa do banco 100% público e também da soberania nacional”, acrescenta Sérgio Takemoto, vice-presidente da Fenae e secretário de Finanças da Contraf.

 

“O governo entreguista de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes não dá ponto sem nó. Ao mesmo tempo em que, por meio de uma proposta de reforma da Previdência que pretende aniquilar com os três pilares de sustentação da seguridade social garantidos pela Constituição de 1988, estuda entregar as loterias para o capital estrangeiro e minar a arrecadação que destina grande parte dos recursos para a mesma seguridade social”, finaliza.

 

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Fonte: Sindicato dos Bancários de SP
Escrito por: Leonardo Guandeline, Redação SEEB SP

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