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O ativismo do Banco do Brasil no pós-crise

1 de fevereiro de 2010

Além da emissão primária de até R$ 10 bilhões em ações, confirmada ontem (28/01/10) em fato relevante, o Banco do Brasil aguarda, para os próximos dias, autorização do Banco Central para considerar como capital nível 1 a emissão, feita em outubro do ano passado, de US$ 1,5 bilhão em bônus perpétuos. Com isso, a capitalização do banco pode chegar a quase R$ 13 bilhões.

A expectativa é de que também a Previ (fundo de pensão dos funcionários) acompanhe a capitalização do Tesouro Nacional para preservar sua participação na instituição nos mesmos 10,4% atuais, o que pode elevar um pouco mais o reforço de capital.

O BB quer aumentar seu Índice de Basileia de 13% para 15% do patrimônio líquido de referência, proporção suficiente para sustentar uma forte expansão das suas atividades no país e no exterior neste e nos próximos anos.

O Índice de Basileia define a quantidade de capital próprio que os bancos devem separar para cobrir riscos nas operações de crédito. No Brasil, o Banco Central exige que este seja de no mínimo 11%.

O BB, com as compras do ano passado (Nossa Caixa e Votorantim) e a expansão de crédito, caiu para 13%. Seu alvo, porém, é voltar ao patamar de 15% por que seus principais concorrentes – Itaú, Unibanco, Santander e Bradesco têm, em média, 16,5%.

Após várias rodadas de reuniões com investidores e analistas estrangeiros em Nova York e Londres, no ano passado e no início deste exercício, ficou claro para a direção do banco que os investidores e analistas internacionais demandam a reconstituição do capital do BB e, no ambiente pós-crise financeira global, preferem que esta seja feita com dinheiro do controlador (capital nível 1), o Tesouro Nacional, que detém, atualmente, 65,4% das ações do BB.

O problema é que essa operação tem impacto direto sobre as contas primárias justamente num ano em que o governo se compromete a voltar a gerar superávit de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Outra possibilidade seria colocar capital nível 2, mediante dívida subordinada ou instrumento híbrido de capital e dívida, que não afeta o superávit primário (embora produza aumento da dívida bruta do setor público).

Ficou claro para o banco federal, porém, que a tendência internacional, depois do “crash” de 2008, é de o mercado financeiro externo privilegiar o “pure capital”, recursos do próprio acionista, e que os instrumentos de dívida subordinada já estão perdendo importância.

Se no passado recente fazia-se cara feia para bancos públicos, hoje os investidores se sentem mais confortáveis se o controlador for o governo. Esse foi um dos argumentos fortes para convencer o Tesouro Nacional a colocar dinheiro na instituição.

A operação de capitalização, de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões, será feita em duas etapas. Primeiro, uma emissão primária e, depois, venda no mercado secundário. Se, por hipótese, a emissão atingir o teto de R$ 10 bilhões, considerando o capital social do banco de 2,57 bilhões de ações, a União teria que subscrever algo entre RS$ 5 bilhões e R$ 5,5 bilhões.

No segundo ato, o BB pretende elevar para 25% o total de ações negociadas na bolsa, cumprindo a exigência da BM&FBovespa para todas as empresas listadas no Novo Mercado. Hoje o BB tem 21,7% das ações na bolsa.

Feitas as contas, isso significa que de meia dezena de bilhões colocados no BB, a União receberia de volta uns R$ 4 bilhões com as ações vendidas no mercado secundário. Para efeito das contas do Orçamento da União, no entanto, o que pesa é o desembolso original.

O BB cresceu na crise e prepara, agora, uma forte expansão no exterior. Com maior poder de alavancagem dado pela capitalização – mesmo sem ela o BB ainda teria disponibilidade de aumentar sua carteira de crédito em R$ 100 bilhões este ano – o banco estatal quer comprar um banco nos Estados Unidos e atender as empresas brasileiras que se internacionalizam.

Antes de setembro de 2008, o BB de Nova York tinha US$ 180 milhões em “time deposit” (depósitos a prazo, uma espécie de CDB) e US$ 200 milhões em linhas interbancárias.

A crise produziu uma corrida de empresas brasileiras no exterior para o Banco do Brasil. Em dezembro de 2008 o banco já contava com US$ 4 bilhões em “time deposit” e US$ 2 bilhões no interbancário. Hoje, as linhas interbancárias somam US$ 2,8 bilhões.

Do segundo semestre do ano passado para cá o banco captou no exterior US$ 2,5 bilhões para engordar seu “funding”. Na sexta-feira da semana passada, começou a implementar um programa de CD Yankee (certificados de depósitos emitidos nos Estados Unidos por um banco estrangeiro).

Até então só o Banco do Estado do Chile (equivalente ao Banco do Brasil) operava com esse instrumento e captou US$ 250 milhões. O BB captou US$ 950 milhões. Essa nova atuação do banco permite diversificar as alternativas de fundos e alongar perfil das captações de 30, 50 dias para 3 anos, 5 anos.

Recentemente, o banco federal solicitou e obteve acesso à linha de redesconto do Federal Reserve (Fed).

“Nas conversas com empresas brasileiras que operam no exterior, eles dizem que o Banco do Brasil é o banqueiro número 1 deles no país, mas precisa ser o banqueiro número 1 das empresas brasileiras nos Estados Unidos, na Argentina, na Europa”, disse um graduado funcionário da instituição.

Com captação de recursos a prazos mais longos, será possível atender a demanda por capital de giro das empresas brasileiras que compraram ativos no exterior. Até agora, o BB só operava com linhas de comércio.

Os dirigentes do Banco do Brasil asseguram que essa nova etapa de expansão não guarda nenhuma relação com o passado, quando o BB cresceu, mas quebrou e teve que ser capitalizado em meados dos anos 90. A próxima meta é comprar uma corretora no país.

Fonte: C

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