O câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Este mês é marcado pela campanha Novembro Azul, que visa conscientizar os homens sobre a importância de cuidar da saúde. O câncer de próstata é o principal tema do período, já que este é o segundo tipo de neoplasia que mais atinge a população masculina — atrás do câncer de pele não-melanoma. O Inca estima que 68.220 novos casos devam surgir este ano, o que equivale a sete diagnósticos por hora.
Além do câncer, a próstata pode ser afetada por outras duas doenças: a prostatite (inflamação) e a hiperplasia (aumento) prostática benigna (HPB). Estas três enfermidades podem ser diagnosticadas com o exame de toque retal e a dosagem do PSA no sangue.
— Buscamos sempre alertar os homens que uma alteração nestes dois exames pode não ser nada de grave. Não tentem interpretar os resultados. É preciso procurar o urologista para receber uma orientação adequada — afirma Alfredo Canalini, diretor da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
A partir dos 50 anos, os homens devem se consultar anualmente com um urologista. Mas aqueles que têm casos de câncer de próstata em parentes próximos (pai, irmãos ou tios) precisam procurar atendimento com um especialista aos 45 anos, porque fazem parte do grupo de risco, assim como os negros, que, segundo estudos, são mais propensos a desenvolver esse tipo de câncer mais cedo.
Em sua fase inicial, o câncer de próstata tem evolução silenciosa e não apresenta sintomas alarmantes. Por isso, é importante ir frequentemente ao urologista para diagnosticar a doença no começo.
— Quando descobrimos o câncer precocemente, tratamos a doença com a intenção de curar (há casos em que o recomendado é a “observação vigilante”, ou seja, acompanhamento). O tratamento ouro (o mais recomendado) que se faz é a cirurgia — diz o urologista Mauricio Rubinstein.
A radioterapia e o tratamento hormonal também são usados para combater o câncer de próstata.
Fique atento
Prostatite
É uma inflamação na próstata que chega a atingir quase 30% dos homens.
Sintomas
Esta doença geralmente é assintomática, mas quando dá sintomas, os mais frequentes são: ardor ou queimação ou um desconforto junto ao orgasmo, esperma de cor amarelada, vontade frequente de urinar
Tratamento
O tratamento é feito com antibiótico e por um período mais longo do que os tratamentos habituais
Hiperplasia prostática benigna (HPB)
O tumor benigno é mais frequente quanto maior for a idade do paciente e chega a atingir quase 70% dos homens acima de 70 anos. A doença se caracteriza por um aumento da próstata apenas no local
Sintomas
O aumento benigno da próstata passa a ser um problema quando ela dificulta a passagem da urina. Por isso, os homens podem apresentar vontade de urinar várias vezes durante a noite, aumento da frequência de idas ao banheiro durante o dia, demora para iniciar a micção, diminuição da força e do calibre do jato urinário e sensação de urgência para urinar e às vezes até perda de urina nessas situações
Tratamento
Pode ser clínico com o uso de remédios que melhoram os sintomas que a obstrução produz na uretra ou medicamentos que bloqueiam o crescimento da próstata. A cirurgia da HPB é recomendada quando o tratamento clínico não é efetivo ou quando a obstrução já é muito intensa
Câncer
É um tumor maligno que surge na próstata. A doença chega a atingir em torno de 16% dos homens e a sua frequência aumenta com a idade
Sintomas
Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (HPB )
Tratamento
Quando diagnosticado nas fases iniciais, a cirurgia ou a radioterapia podem curar o câncer da próstata. Em fases mais avançadas, o câncer pode ser neutralizado com o bloqueio da ação da testosterona. O hormônio é responsável pela “alimentação” da próstata
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Fonte: Jornal Extra, Inca e Sociedade Brasileira de Urologia