Com a participação de centrais sindicais, diversos sindicatos, movimentos sociais, intelectuais, estudantes, membros do PSOL/Santos, representantes de partidos políticos de esquerda e diversos seguimentos da sociedade o ato ressaltou a união contra a violência
A Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, o Sindicato dos Bancários de Santos e Região, juntamente com sindicatos de várias categorias, movimentos sociais, intelectuais, estudantes, o PSOL/Santos e representantes de partidos de esquerda realizaram ato que reuniu centenas de trabalhadoras e trabalhadores, a partir das 17h, na Pça dos Andradas, Santos/SP, dia15/3, para protestar contra os assassinatos da vereadora e defensora dos direitos humanos, das mulheres e das minorias Marielle Franco (PSOL/RJ) e seu motorista Anderson Pedro Gomes.
“Milhares sairam às ruas no País, como nós, imediatamente contra mais esta execução de uma mulher que não se calava diante das injustiças realizadas pela polícia e o governo contra o povo da periferia, contra as mulheres, principalmente as negras. Que lia corretamente o que é a violência de uma intervenção militar para os mais pobres e negros”, declarou Ricardo Saraiva Big, secretário de Relações Internacionais da INTERSINDICAL, secretário geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e presidente do diretório municipal do PSOL/Santos.
“Marielle e Anderson sintetizam os mártires que lutaram pela emancipação da classe trabalhadora, uma sociedade livre e socialista. Todos aqueles que se levantam contra o capitalismo colocam sua vida em risco. Não existe justiça para os pobres, negros, mulheres e LGBTs dentro do capitalismo. Marielle simboliza toda a nossa luta contra os ataques aos direitos dos trabalhadores implementados nas reformas do governo golpista de Temer. Nossa luta contra a retirada de investimentos para a educação, hospitais e segurança públicas. Portanto, Trabalhadores Uni-vos!”, esclareceu Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
O ato ressaltou a união contra a violência, a Intervenção no Rio de Janeiro, a execução da vereadora Marielle Franco do PSOL, violência contra as mulheres, as minorias, a população pobre, fora Temer, a violência policial patrocinada pelo Estado. E ainda que se o objetivo foi calar o efeito foi ao contrário. “Se queriam nos calar, nossa voz ecoa mais forte. Esse ato em Santos é mais um que se une a todos os outros que estão sendo feitos em todo o País e no mundo”, afirmou Débora Camilo, advogada, da comissão de Direitos Humanos da OAB/Santos e filiada ao PSOL.
Morte de uma guerreira, Marielle Presente!
Marielle Franco foi assassinada por mais um ato de violência e extermínio que corresponde ao cotidiano da população negra e lutadora no Brasil. Cotidiano, que Marielle, como militante feminista, negra, socialista e moradora da periferia conhecia bem e lutava para transformar.
Marielle nunca se calou diante das injustiças que assolam o Rio de Janeiro, denunciou a violências nas comunidades, a farsa das UPPs e, mais recentemente, a intervenção militar no estado. O crime teve repercussão internacional, nos principais jornais do mundo. Veículos de Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, Peru, Venezuela destacaram a morte da parlamentar e sua biografia.
ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil manifestou consternação com o assassinato da defensora dos direitos humanos. Em nota, a entidade diz que espera rigor na investigação do caso e breve elucidação, com responsabilização pela autoria do crime: “Marielle era um dos marcos da renovação da participação política das mulheres, diferenciando-se pelo caráter progressista em assuntos sociais no contexto da responsabilidade do Poder Legislativo local”.
Assassinato
Quinta vereadora mais votada da cidade do Rio em 2016 (com 46.502 votos), a ativista feminista, negra e liderança na favela da Maré, onde cresceu, Marielle Franco, foi morta a tiros no bairro do Estácio, região central, por volta das 9h da noite. Ela estava dentro de um carro acompanhada de um motorista, que também foi morto, e de uma assessora, que sobreviveu. Quatro dos nove tiros dirigidos contra a vereadora atingiram sua cabeça.
A parlamentar voltava do evento Jovens Negras Movendo as Estruturas, na Lapa, quando teve o carro emparelhado por outro veículo. Nenhum sinal de assalto, mas fortes indícios de execução.
Quatro dias antes, Marielle havia denunciado o assassinato de dois jovens e a truculência policial durante operações na Favela de Acari, na zona norte do Rio na última semana. Ela compartilhou uma publicação no Facebook e comentou que o batalhão que atua na região é conhecido como “batalhão da morte”. Escreveu: “Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”.
Mandato
Usava o mandato para denunciar a violência policial e para cuidar dos interesses e preocupações de mulheres negras como ela. Eleita pelo PSOL, a socióloga pós-graduada em administração pública acabara de ser nomeada relatora da comissão da Câmara Municipal que deveria fiscalizar a intervenção militar na segurança do estado do Rio.
Marielle estava no primeiro mandato como parlamentar. Tinha 38 anos. Era socióloga, com mestrado em Administração Pública. Foi à luta contra a violência policial nas favelas que a aproximou da política. Foi aluna e depois assessora de Marcelo Freixo, na Assembleia Legislativa do Rio.
Intervenção militar – A vereadora era uma das vozes mais duras contra a intervenção militar no Rio de Janeiro, decretada por Temer. Há duas semanas, havia assumido a relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio, criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do estado.
Marielle, Presente!
Fonte: Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região com Intersindical, FSP e SEEB de SP