A Rede Feminista de Saúde está lançando a campanha “Ponto Final na Violência Contra Mulheres e Meninas.” Um dos objetivos é reduzir a aceitação social da violência e promover debates que orientem as comunidades participantes para uma nova postura dentro do ambiente familiar.
A antropóloga Renata Jardim, que atua na coordenação da campanha, acredita que os casos de violência contra a mulher que ganham repercussão nos meios de comunicação muitas vezes servem para legitimar, e não para prevenir a violência. Ela comenta a abordagem do caso que envolve o goleiro Bruno, do Flamengo, acusado de participação no possível assassinato da mulher com que tem um filho.
“É muito mostrado a questão do julgamento da mulher, de que talvez ela seria uma prostituta. A juíza, inclusive, decidiu que ela não estaria resguardada pela Lei Maria da Penha porque ela seria só um ‘caso eventual’ do acusado. A mídia, apesar de mostrar que isso é um problema que ocorre, apresentando esses casos, ela de certa forma reproduz uma séria de outra questões.”
Um relatório denominado “Mapa da Violência no Brasil”, lançado no último mês, aponta que mais de 40 mil mulheres foram mortas em apenas dez anos no país. Renata acredita os altos índices poderiam ser revertidos, caso a Lei Maria da Penha fosse de fato implementada.
“A Lei Maria da Penha não trata só da punição. Ela vem com uma nova perspectiva de trabalhar na promoção e na prevenção. Porém, nosso sistema judiciário tem ainda um enfoque punitivo e ela não se implementou de forma completa.”
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