Em apenas 36 horas, oito pessoas foram mortas em confrontos com policiais militares na cidade de São Paulo. Esse número é seis vezes maior que o comum. Elas ocorreram após os ataques armados contra a sede do batalhão da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), ocorridos em 02/08/2010. Um dia antes, o comandante da corporação, coronel Adriano Telhada, havia escapado de um atentado.
Segundo a Ouvidoria da Polícia Militar de São Paulo, 36 pessoas morreram em tiroteios com policiais da Rota no primeiro semestre deste ano. No mesmo período de 2009, foram 21. A coordenadora do Observatório das Violências Policiais, Angela Almeida, alerta para o perigo do revanchismo.
“Quando analisamos em detalhes essas mortes ocorridas em tiroteio ou em enfrentamentos, tudo indica que é como aconteceu em 2006, uma espécie de vingança. Essas mortes em tiroteios, a maior parte delas não ocorre em enfrentamentos, são execuções sumárias.”
Em maio, seis pessoas foram mortas no Jaçanã, mesma região onde ocorreu o ataque ao coronel. Angela lembra que acorreram 53 mortes em 16 chacinas até o último mês, número que supera todos os óbitos de 2009.
“A maior parte das chacinas são cometidas por grupos de extermínio formados por policiais. Não formados exclusivamente por policiais nem por todos os policiais militares. Nem todos os policiais militares matam, mas existe muita gente entre eles que acoberta essa matança.”
No dia 6 de Julho, representantes do movimento negro e movimentos sociais pediram a demissão do secretário de Segurança Pública e do comandante geral da PM, além da punição dos policiais acusados de torturar e espancar até a morte dois motoboys negros.
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