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Ministério do Trabalho se compromete a analisar demissões no Santander

13 de dezembro de 2013

O movimento sindical denunciou nesta quinta-feira (12) o descaso do Santander com o emprego no Brasil, durante audiência com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Messias, em Brasília. Os dirigentes sindicais salientaram que a política de demissões, rotatividade, corte de postos de trabalho, terceirizações e adoecimentos é nociva não somente para o emprego e as condições de trabalho, como também para a sociedade, que acabando pagando mais seguro-desemprego e auxílio-doença diante do afastamento cada vez maior de bancários. 

Messias ouviu os bancários e se comprometeu a estudar as medidas que podem ser tomadas no âmbito do governo contra o processo de demissões no Santander e em defesa do emprego. O banco espanhol é hoje o que mais corta postos de trabalho no Brasil, mesmo o País representando 24% do lucro mundial da empresa.

Demissão em massa

Há um ano, pouco antes do Natal de 2012, houve um processo de demissão em massa no Santander e na ocasião a situação também foi levado ao MTE. Após a determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT), que obrigou o banco a entregar os dados do Caged de janeiro a dezembro de 2012, o Dieese elaborou em janeiro deste ano um estudo comprovando as demissões em massa. Enquanto a média mensal de demissões sem justa causa era de 182 entre janeiro e novembro, o banco dispensou 1.153 funcionários em dezembro, o que impactou no corte de 975 empregos.

O MPT entrou com uma ação civil pública contra o Santander, que se encontra aguardando sentença na 14ª Vara do Trabalho de Brasília.

Campeão de demissões em 2013

Novo estudo realizado pelo Dieese, com base nos balanços publicados pelos cinco maiores bancos do país nos primeiros nove meses deste ano, revela que o Santander lidera a redução de postos de trabalho, cujos cortes foram efetuados mensalmente ao longo do ano.

O levantamento mostra que o banco eliminou 3.414 empregos até setembro. Apenas no terceiro trimestre, a instituição decepou 1.124 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, a redução foi de 4.542 vagas, uma queda de 8,2% no quadro de funcionários, que ficou em 50.578 em setembro.

Terceirização das homologações

Os dirigentes sindicais ainda denunciaram para Messias que, com a falta de pessoal na rede de agências e para reduzir custos, o banco deixou de enviar funcionários do banco como prepostos nas homologações junto à maioria dos sindicatos, passando a utilizar terceirizados. 

O procedimento foi adotado no momento em que o movimento sindical está em guerra contra o Projeto de Lei (PL) 4330, que prevê a terceirização em todas as áreas das empresas. Messias também ficou de estudar o assunto no Ministério do Trabalho.

Crédito: foto: arquivo / passeata durante campanha salarial (set/13)
Fonte: Contraf

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