Constrangidos, técnicos do Ministério, da Anvisa e Fiocruz relataram ainda que tentaram que o ministro Marcelo Queiroga revertesse a decisão antes de viajar para os EUA. Pasta voltou atrás só nesta quarta, quando voltou a recomendar a vacinação de adolescentes
Nos bastidores, técnicos do Ministério da Saúde relataram que ficaram constrangimento com o período que durou a decisão, tomada pela pasta na semana passada, de recomendar a suspensão da vacinação de jovens entre 12 e 17 anos sem comorbidades.
Isso porque eles sabiam desde terça-feira o resultado da investigação que apontou não haver relação entre a vacina supostos casos de reações. E já acompanhavam desde a semana passada a evolução do dados, tendo convicção de que a suspensão da vacina, orientada pelo ministério, não tinha base em fatos.
O ministério voltou atrás da decisão nesta quarta (22) à noite, o que foi considerado pelos técnicos um atraso.
Fontes ouvidas pela GloboNews relataram que os técnicos tentaram convencer o ministro Marcelo Queiroga de que era precisa voltar atrás na decisão e anunciar a orientação pela vacinação antes da viagem para a Assembleia Geral da ONU. Mas o pedido foi em vão.
Na terça-feira, houve uma reunião em que os relatos de constrangimentos foram feitos a outros técnicos, inclusive de fora do ministério, já que o assunto vacina no Brasil é uma ação integrada de vários órgãos.
Nessa reunião, técnicos da Secretaria de Vigilância Sanitária, da Agência Nacional de Vigilância Sanitário (Anvisa) e da Fiocruz tiveram a certeza de que o ministério precisava voltar a aprovar a vacinação de adolescentes. Os especialistas entenderam que estava provado que a suspensão não tinha base científica.
Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Fonte: g1.globo.com
Escrito por: Camila Bomfim, GloboNews — Brasília