Taxa do crédito rotativo chega a 398,4% e no cheque especial a 128,6%, o mais alto nível desde 2017
O desemprego, a recessão econômica e a alta dos alimentos estão levando os trabalhadores a recorrerem, cada vez mais, aos cartões de crédito. Como o Brasil tem as maiores taxas de juros do planeta (atrás apenas hoje da Rússia, em função da guerra e sanções econômicas daquele país), basta uma parcela em atraso para o consumidor ver a rolagem da dívida disparar como uma bola de neve. Esta política de juros, agravada no governo Jair Bolsonaro (PL) e o padrão monetário controlado por banqueiros a frente do Banco Central (o atual presidente do BC é Roberto Campos Neto, do Santander), fez com que mais da metade das famílias brasileiras (53,1%) esteja endividada com instituições financeiras.
O aprofundamento da crise econômica no atual governo e o velho receituário de elevar os juros para tentar controlar a alta da inflação, especialmente dos alimentos, elevaram ainda mais o endividamento dos trabalhadores. Atualmente, 62 milhões de pessoas estão com seu nome no SPC/Serasa e mais de seis milhões de empresas também estão negativadas.
Perda da renda
A situação não apenas humilha as pessoas, mas afeta a macroeconomia e impede a recuperação econômica do país que depende do poder de compra das famílias, já afetado pela perda da renda média dos trabalhadores no atual governo.
A perda nos rendimentos afetou a população como um todo em 2021, com recuos registrados nas 13 classes de rendimento avaliadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Contudo, as camadas mais pobres foram as mais atingidas. Os 5% dos brasileiros com rendas mais baixas tiveram perdas de 33,9% no ano passado, comparado ao ano anterior.
A segunda camada mais afetada foi a dos brasileiros na faixa dos 5% a 10% mais pobres, a segunda menor renda média entre a população, que teve perdas de 31,8%.
Fonte: SEEB RJ
Escrito por: Carlos Vasconcellos