Fechamento de agências e dispensas de funcionários fazem engordar ganhos do maior banco privado do país
A crise econômica aprofundada pela pandemia e pela política econômica recessiva do ministro da Economia Paulo Guedes levou muitas indústrias e estabelecimentos comerciais a fecharem as postas, levando milhares de trabalhadores ao desemprego. Não é o caso do sistema financeiro, o mais lucrativo do país, que continua batendo recordes de lucro mesmo na mais grave crise sanitária dos últimos 100 anos.
O Itaú Unibanco registrou lucro líquido gerencial recorrente de R$ 6,779 bilhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 50% na comparação com o mesmo período de 2020 e 3,6% frente ao segundo trimestre. Os números superaram, inclusive, as expectativas do mercado.
Fechamento de agências
Apesar de acumular tanto dinheiro, o Itaú, como os demais do setor privado (Bradesco, Santander e Mercantil) demitem bancários em massa. Mesmo com esses resultados, foram fechadas 92 agências físicas no Brasil e abertas sete agências digitais, em doze meses, totalizando 3.035 e 202 unidades, respectivamente. O banco também demitiu milhares de funcionários na pandemia, descumprindo o acordo dos bancos com a categoria.
Em setembro de 2021, a holding apresentou um aparente crescimento no saldo dos postos de trabalho, contando com 82.195 empregados, abrindo 1.923 novos empregos em doze meses e 1.996 no trimestre. Mero engano: o saldo positivo se deve às contratações de funcionários da área de TI (Tecnologia da Informação) e não bancários, trabalhadores com salários menores e sem os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria.
“O banco vem fechando agências e demitindo bancários para reduzir despesas. Imprimindo a aceleração da pobreza e a estagnação da economia – o que aumenta a inflação – para render dividendos polpudos aos acionistas. Não tem compromisso algum com o País e sua população, sem falar na covardia com seus empregados, os verdadeiros responsáveis pelos lucros recordes em plena pandemia”, reage Élcio Quinta, diretor financeiro do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancário do Itaú.
Crédito: SEEB de Paranaguá
Fonte: SEEB do RJ com edição do SEEB de Santos e Região