O leilão para privatizar três dos maiores aeroportos do Brasil: Guarulhos, Viracopos e Brasília é para entregar à iniciativa privada o controle de cada aeroporto com 51% das ações dos três aeroportos, que são os maiores em movimentação do país.
A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) ficará com 49% das ações, e apesar de não possuir mais o controle dos aeroportos, a mesma irá arcar com investimento e aporte de dinheiro. Além disso, o Estado será responsável por investir quando houver prejuízo.
Não bastasse essa entrega do patrimônio público as empresas, há ainda o financiamento que as empresas irão pegar do governo através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que irá financiar até 90% para garantir a compra dos aeroportos pelas empresas compradoras.
Entendemos que a atitude do governo tende a garantir o lucro das empresas privadas em detrimento ao patrimônio público. Transferindo os impostos arrecadados o qual foram transformados em patrimônio público no acumulo que é a Infraero em propriedade privada das empresas compradoras, e que por má gestão não atende os anseios do cidadão e maltrata os passageiros nos aeroporto.
Sendo assim, questionamos, porque esse investimento não poderia ser destinado à melhoria dos tais aeroportos pela própria Infraero, já que o dinheiro sairá dos cofres públicos.
Os economistas alegam que a Infraero não consegue gerir os aeroportos porque o que arrecada segue para um caixa comum do governo federal, que tem um compromisso de transformar a arrecadação em pagamento de dívidas. Neste caso, o mais recomendável seria transformar a Infraero em autarquia com capacidade de gestão e o governo não garantir o pagamento aos banqueiros que lucram da divida pública.
Existem outras possibilidades para oferecer serviços de qualidade à população sem com que os aeroportos sejam entregues as empresas privadas. No entanto, o Governo parece estar motivado a insistir nesse tipo de política que privatização dos bens públicos. Seguindo o modelo do PSBD, incutido nessas relações que rege as empresas privadas dirigindo o Governo, e isso nos faz lembrar que é exatamente os grandes empresários os responsáveis pelo financiamento das campanhas eleitorais desses políticos.
Fonte: Francisvaldo Mendes de Souza (funcionário do Bradesco e diretor da Fetec-SP)