Taxa básica, que estava em 2% há pouco mais de um ano, agora chega a 11,75%, no maior nível desde 2017. Sem resultado. Perspectivas para a economia apontam para trajetória de alta da inflação e pouco ou nenhum crescimento em 2022. Economia arrasada pela política recessiva
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promoveu a 9ª alta seguida da taxa básica de juros, a Selic. Desta vez, de um ponto percentual, para 11,75% ao ano, em linha com as expectativas do “mercado” e no maior nível em cinco anos. No início do ano passado, a Selic estava em 2% ao ano. Desde então, não parou mais de subir.
“A inflação ao consumidor seguiu surpreendendo negativamente”, afirma o Copom, em nota divulgada ontem quarta-feira (16), logo depois do encerramento dos dois dias de reunião. A duração do encontro foi acima da média. O resultado só saiu às 19h13. “O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários”, diz o colegiado, que já prevê novo aumento na mesma magnitude na próxima reunião, em 3 e 4 de maio.
A política de contínua elevação dos juros tem se mostrado inócua para conter a inflação, que segue em trajetória de alta, conforme mostrou a recente divulgação do IPCA e do INPC. Ao mesmo tempo, também trava a economia. A perspectiva é de baixo ou nenhum crescimento para este ano. O próprio governo deverá rever para baixo suas projeções.
Na ata da reunião anterior, o Copom havia sinalizado redução do ritmo de alta da taxa de juros. Mas fatores como a guerra entre Rússia e Ucrânia e o incessante aumento dos combustíveis vão causar impactos ainda imprevisíveis, mas certamente no sentido de piora das condições econômicas.
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Fonte: Rede Brasil Atual