Banco está demitindo trabalhadores que relatam problemas psicológicos resultantes do aumento da violência organizacional causada pela cobrança de metas em um cenário de paralisação econômica e de incertezas provocadas pela pandemia. Veja orientações do Sindicato
O Itaú está convocando trabalhadores para a realização do exames periódicos (médico da família). Conforme foi apurado, existe um perfil que está sendo priorizado pelo banco: trabalhadores com mais de 15 anos de casa. Muitos que relataram doenças de ordem emocional ou psicológica como depressão, síndrome pânico, síndrome de burnout ou crise de ansiedade estão sendo demitidos depois de algum tempo.
Quando o trabalhador relata algum problema emocional ou físico, normalmente o médico do trabalho o orienta a procurar tratamento. Se a doença é de ordem emocional, o bancário é direcionado para o “Fique Ok”, programa do banco que tem assistentes sociais e psicólogos.
A principal reclamação dos trabalhadores direcionados para o “Fique Ok” é que os profissionais do programa sempre demonstram alinhamento com a empresa: colocam que o problema psicológico tem origem na vida pessoal, procurando descaracterizar qualquer tipo de correlação com o trabalho para afastar a responsabilidade do banco.
Por conta da pandemia, muitos trabalhadores estão em teletrabalho, mas a demanda nas agências não diminuiu; quem trabalha na linha de frente se sobrecarrega e ainda enfrenta o risco eminente de contrair Covid-19 nas unidades bancárias superlotadas. Soma-se a isto cobranças por metas impraticáveis em meio a um cenário de paralisia econômica. Este é o cenário ideal para o aumento do estresse mental e para a eclosão de doenças psicológicas, o que afeta a performance.
O Itaú armazena o histórico psicológico do trabalhador que relata algum problema emocional aos profissionais do “Fique Ok”. Muitos desses trabalhadores com mais de 15 anos de empresa estão sendo demitidos, sob alegação de baixa performance, atualmente a “justificativa oficial” utilizada pelo banco.
“Quando o exame periódico identifica o bancário que atingiu o limite mental e em breve pode se afastar, o Itaú demite para não ter responsabilidades das doenças psicológicas, quase sempre ocupacionais, que estes trabalhadores contraíram pelo cruel ambiente de trabalho”, afirma Élcio Quintas, funcionário do Itaú e dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
O Sindicato também tem identificado uma elevação na quantidade de trabalhadores com problemas emocionais no Itaú, resultantes da violência organizacional instituída pela empresa, que está mudando o comando de todas as diretorias. Elas estão competindo entre si, e a forma de tentar mostrar resultados é cortar custos demitindo de forma brutal e desumana trabalhadores adoecidos.
“A cobrança abusiva de metas, as incertezas e as inseguranças decorrentes da pandemia de covid-19, contribuem para a avalanche de casos psicológicos em que o Itaú tem grande parcela de culpa, mas quer se eximir de qualquer responsabilidade ao demitir trabalhadores que terão problemas. O banco está sendo desumano com quem é responsável pelos lucros expressivos apresentados pela empresa”, finaliza Élcio.
Orientações do Sindicato:
1- Caso o funcionário ou funcionária sinta que está com problemas de Depressão, Ansioso(a), Fadiga, Estresse, Síndrome do Pânico ou outros psicológicos ou mesmo físicos procure imediatamente seu médico particular independente do banco, que peçam exames e emitam laudos comprovando a doença emocional e avise os diretores(as) do Sindicato;
2- Em caso de demissão procure imediatamente o jurídico do Sindicato e os diretores e diretoras da entidade;
3- Não tenha medo de se afastar caso o médico oriente, vários casos tornam-se irreversíveis;
4 Seja solidário e ajude seu colega que adoece orientando e avisando a diretoria do Sindicato.
Entre em contato pelos:
· Secretária do Sindicato fone: (13) 3202.1670;
· Whatsapp do Sindicato: (13) 99209.2964;
· Site: santosbancarios.com.br pelo fale conosco;
· E-mail: santosbancarios@uol.com.br
Sindicalize-se e fortaleça a luta em defesa dos direitos dos bancários!
Fonte: SEEB de São Paulo com edição do SEEB de Santos e Região