Intersindical realizou ato, nesta quinta-feira (18/04), em defesa da soberania da Venezuela e contra os ataques e o imperialismo norte americano, com o único objetivo de colocar as mãos no petróleo venezuelano
Quinta-feira, véspera de feriado no Brasil (18/4/19), militantes da Intersindical Central da Classe Trabalhadora estiveram na frente do Consulado Geral da Venezuela, em São Paulo, para prestar total apoio contra os ataques sofridos pelo povo daquele País e em defesa da soberania do governo eleito de Nicolás Maduro Moros. Além da Intersindical e seus sindicatos filiados como o Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Químicos Unificados de Campinas, Osasco e outros, também participaram militantes da CTB. A data foi marcada no 1º Seminário Internacional da Intersindical realizado nos dias 13 e 14/3, em São Paulo/SP.
Saiba a verdadeira história do conflito
Nicolás Maduro Moros, sucessor do ex-presidente Hugo Chávez, chegou ao poder em meio à comoção pela morte do líder, em 2013, que além de impulsionar a chamada Revolução Bolivariana, colocou o país petroleiro no mapa geopolítico mundial e retirou da miséria 70% da população. Antes de Chávez, somente 30% da população se locupletava das benesses das maiores reservas de petróleo do mundo.
No entanto, a ausência de Chávez fortaleceu a oposição, que não deu trégua ao governo de Maduro, primeiro não reconhecendo sua vitória, passando por tentativas de tirá-lo do poder por meio de referendo ou promovendo boicotes e protestos
Com mais de 2,9 bilhões de barris por ano, os EUA são os maiores importadores de petróleo do mundo. Cerca de 500 milhões de barris vêm da Venezuela, cujas reservas são dez vezes maiores que as estadunidenses.
O país latino-americano é considerado estratégico, do ponto de vista logístico, porque o custo de importação é inferior àquele importado do Golfo Pérsico, por exemplo, com tempo reduzido entre a produção e a entrega.
Na Venezuela, o Estado controla a produção, a distribuição e o destino da renda do petróleo. O que é visto pelo governo norte-americano como um impedimento para sua dominação econômica e política no continente Sul Americano.
O Grupo de Lima, formado por governos liberais da Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, Santa Lúcia e da ultradireita no Brasil (sob a liderança dos EUA), afirmam que não reconhecem o novo mandato de Maduro para o período de 2019 a 2025.
A Assembleia Nacional, com seus poderes suspensos pela Justiça, por desacato a uma decisão judicial, após dar posse a três deputados de oposição acusados de crimes eleitorais, escolhe nova mesa diretiva e indica o deputado Juan Guaidó para a presidência. Em consonância com o Grupo de Lima, diz que há “uma ditadura” e não reconhecem a eleição de Maduro.
Presidente Nicolás Maduro toma posse e faz juramento diante do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Constituição venezuelana estabelece que na ausência do Poder Legislativo o presidente eleito deve juramentar diante do TSJ. No dia da posse, uma multidão ocupa as ruas do centro de Caracas em apoio ao presidente Nicolás Maduro. Representantes da ONU e mais de 90 países participam da posse e reconhecem legitimidade de Nicolás Maduro.
Tentativa de golpe
Porém, em 23 de janeiro, Guaidó, se autoproclama presidente interino da Venezuela. O governo dos Estados Unidos reconhece imediatamente a autoridade de Guaidó. Em seguida, os países do grupo de Lima, com exceção do México, acompanham os EUA. O México reconhece a legitimidade do governo Maduro e advoga pela autodeterminação dos povos.
Presidente Nicolás Maduro anuncia que Venezuela rompeu relações diplomáticas com os EUA estabelece prazo de 48 horas para o corpo diplomático deixar o país e chama de volta seus embaixadores. Primeiro o governo dos norte-americano afirma que não vai retirar os diplomatas porque já não reconhecem o governo Maduro, mas antes de encerrar o prazo a embaixada retira o corpo diplomático.
Depois disso, os EUA vêm tentando de todas as formas derrubar o governo de Maduro com a farsa da oposição de Guaidó, boicotes econômicos como forma de pressão, que geram o desabastecimento de alimentos e remédios para a população. Atualmente, com ataques cibernéticos que derrubam a fonte de energia e causam apagões em quase toda a Venezuela. Sem falar na iminente invasão com guerra, já considerada para tomar a força o petróleo do País.
Todo o apoio à Venezuela
O governo venezuelano tem denunciado que os EUA estão por trás de todas as medidas assumidas pela oposição burguesa, porque o objetivo central do imperialismo é derrubar o governo para roubar e controlar os recursos naturais do país, em especial o petróleo.
Que depois do fracassado intendo de invadir a Venezuela com um discurso falso de ajuda humanitária os EUA utilizaram alta tecnologia para cortar a energia de mais de 70% do território. Esses dois últimos ataques fizeram com que o conjunto da população venezuelana saísse às ruas do país para dizer não a intervenção norte americana e em defesa da soberania nacional.
A crise da Venezuela não é um processo isolado. A crise de hegemonia dos EUA, o leva a procurar recompor suas perdas geopolíticas e econômicas na Ásia e África no aumento do controle sobre os recursos latino-americanos. Para isso, pretendem levar o conjunto das nações de nosso continente ao pântano do conflito armado.
O governo brasileiro, sob a presidência de Bolsonaro, se transformou em marionete do imperialismo. A primeira ordem de Washington para o novo governo brasileiro foi romper definitivamente com o BRICS, e utilizar do peso regional brasileiro para atacar a Venezuela por meio da ameaça militar direta e da pressão diplomática via o Grupo de Lima. A postura do governo brasileira agride os interesses nacionais, a constituição e a tradição diplomática brasileira.
Nesse sentido, o 1º Seminário Internacional da Intersindical declarou:
– Nossa total solidariedade a Venezuela! Exigimos respeito à soberania nacional e a legitimidade do governo Maduro, o único e legítimo presidente da República Bolivariana da Venezuela.
– Nosso comprometemos, enquanto membros da Federação Sindical Mundial na América Latina, fazer todos os esforços, com a mais ampla unidade de todos os setores do movimento social internacional, para construirmos uma grande campanha internacional em defesa da Soberania dos Povos, dos Direitos dos trabalhadores e pela Paz no Continente.
– Repudiamos a conduta dos governos Brasileiro, Chileno, Equatoriano, Colombiano, Argentino e Paraguaio por suas posturas submissas ao imperialismo, que submetem suas nações aos interesses estadunidenses.
– Repudiamos o bloqueio criminoso operado pelos EUA sobre o povo Cubano.
Viva a Revolução Bolivariana na Venezuela! Viva a resistência dos povos da
América Latina!
Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região, Brasil de Fato e Intersindical
Escrito por: Editado por Gustavo Mesquita