Entre outros itens, foi deliberado no II Encontro pela Intersindical Bancária a defesa de 22,5% de reajuste na Conferência Nacional dos Bancários
Veja as fotos do Encontro. Clique aqui!
(Fotos: Nelson Ezidio)
O II Encontro Nacional da Intersindical Bancária, realizado nos dias 29 e 30 de junho de 2011, no Complexo Esportivo do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, foi prestigiado por mais de 70 dirigentes sindicais de São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina representando diversos sindicatos. Os bancários participaram pela manhã do dia 30 da palestra sobre análise de conjuntura proferida pelo economista e professor da Unicamp, Plínio de Arruda Sampaio Filho e à tarde debateram a tese nacional da Intersindical Bancária para a Campanha Salarial 2011. No debate, entre outros assuntos, foi ressaltado o perigo e a exploração que significam os correspondentes bancários para os trabalhadores. Segundo o dirigente sindical de São Paulo, Mané Gabeira, caso o Banco Central (Bacen) regulamente os correspondentes bancários, 70% da categoria bancária perderá o emprego em 10 anos. Além disso, a precarização dos trabalhadores dos correspondentes bancários será quase total, pois eles receberão apenas 1/3 dos salários dos bancários sem os mesmos direitos. A Rotatividade, o Arrocho Salarial e as doenças que assolam os bancários
Nos últimos sete anos a categoria cresceu apenas 3%, porém o número de unidades bancárias dobrou. Os salários acumularam neste período aumento de apenas 17%, enquanto o lucro dos banqueiros no governo Lula foi de R$ 200 bilhões. Nos primeiros meses deste ano sete mil bancários já foram afastados por contraírem algum tipo de doença, destes dois mil foram por LER/Dort e outros dois mil por doenças psicológicas. O assédio moral e as metas tornaram o ambiente de trabalho num inferno. Novo Encontro e Jornal Nacional
No final dos trabalhos foi deliberado por um novo Encontro Nacional ainda este ano, em data a ser agendada, e a confecção de um jornal nacional da Intersindical Bancária para esta Campanha Salarial 2011. Eixos para a Campanha Salarial 2011
Também ficou deliberado pelo conjunto e por consenso eixos que serão defendidos pela Intersindical Bancária nos Congressos Nacionais do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, assim como para a Conferência Nacional dos Bancários. Veja as propostas:
1-Fortalecer e disseminar a existência da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que protege os trabalhadores das demissões imotivadas. Penalizar os patrões que demitem sem justa causa com multas de 45% sobre o FGTS e mais um salário por ano trabalhado no banco; 2- Fim da terceirização; 3- Fim dos Correspondentes Bancários, que se regulamentados pelo Banco Central (Bacen) poderão extinguir a categoria; 4- Fim do assédio moral; 5- Fim das metas; 6- Lutar pela Organização por Local de Trabalho-OLT, que já conquistamos nos bancos públicos; 7- Defesa de uma Campanha Salarial Nacional Unificada entre bancários dos setores públicos e privados, fortalecendo as mesas específicas dos bancos estatais; 8- Piso salarial mínimo necessário do Dieese em torno de R$ 2.300,00; 9- Reajuste salarial de 22,5%, que compreende 7,5% da inflação mais 15% que representa metade dos lucros obtidos pelos bancos em 2010; 10- Reposição das perdas salariais acumuladas desde 1994 para os bancários do setor público. Plínio afirma o declínio do capitalismo
O economista e professor da Unicamp, Plínio de Arruda Sampaio Filho afirma que o capitalismo está naturalizando a barbárie com a desigualdade social e a concentração de renda. O capital ataca ferozmente os direitos trabalhistas, criminaliza os movimentos sociais e agrava a crise ambiental para explorar a força de trabalho e sugar as riquezas dos países periféricos. Ainda segundo o economista da Unicamp, o aumento da taxa de exploração dos trabalhadores e do Estado pelo déficit público, cobrado pelos banqueiros com taxas de juros impraticáveis, determina que o capitalismo não consegue resolver seus problemas sem aumentar as crises no planeta. O que fez com que vários países do mundo, alguns denominados desenvolvidos, entrassem em falência com dívidas impagáveis, como ensina István Mészáros, filósofo húngaro marxista, professor emérito de filosofia na Universidade Sussex, na Inglaterra. Entre eles estão: Estados Unidos, Irlanda, Portugal, Grécia, Islândia, Itália, Espanha e Japão. O sistema capitalista está em transição no mundo. Plínio Filho aponta para o grave problema a ser enfrentado pela humanidade e qual caminho seguir: a barbárie total, com o aumento da criminalidade e de guerras com o extermínio da raça humana ou ir em direção à revolução socialista, que diminua a desigualdade social, distribua renda e atenda os anseios sociais por saúde, educação, moradia, segurança, transporte etc. Para isso, precisamos de muita união, conscientização e luta pela derrocada da doutrina capitalista e a barbárie. Plínio finalizou sua apresentação com a frase: “Eu achava que o governo Dilma (Roussef) seria ruim para os trabalhadores, mas estou vendo que será pior”.
Fonte: G