O acesso à internet cresceu 143,8% entre a população com 10 anos ou mais de 2005 para 2011, enquanto o crescimento populacional foi de 9,7%. Apesar da disparada, 53,5% dos brasileiros dessa faixa etária ainda não utilizam a rede.
O estudo, feito com dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), foi divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Houve um avanço significativo, mas ainda há uma parcela considerável da população que não acessa a internet. Esse problema será resolvido conforme se reduzir a desigualdade”, afirma Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa do IBGE.
Os entrevistados foram questionados se tinham acessado a internet nos três meses que antecederam o levantamento.
Em 2011, a menor parcela de brasileiros que usaram a rede (21,4%) está entre aqueles que não têm rendimentos ou recebem o equivalente a um quarto do salário mínimo (R$ 169,50). Já a maior (76,1%) é de quem tem renda entre três e cinco pisos salariais (R$ 2.034 a R$ 3.390). Foi considerado o rendimento mensal per capita.
Já os que têm ganhos maiores do que cinco mínimos tiveram um percentual menor do que aqueles com a renda imediatamente inferior, de 67,9%. A explicação está no fenômeno chamado “efeito geração”.
“Entre os que têm renda mais alta há uma presença muito forte de pessoas com 50 anos ou mais, que em muitos casos não tiveram essa inclusão durante o período escolar”, diz Azeredo.
IDADE
A pesquisa também mostrou que os jovens são os que mais acessam a internet. Os maiores percentuais foram dos grupos com idade de 15 a 17 anos (74,1%) e de 18 ou 19 anos (71,8%).
O levantamento aponta ainda que quanto maior o número de anos de estudo, a inserção digital também é mais elevada. “A escolaridade é fundamental para a inclusão digital”, diz o especialista do IBGE.
Por região, o Sudeste tinha em 2011 o maior percentual de internautas entre as pessoas de 10 anos ou mais de idade, de 54,2%. Apenas as regiões Norte e Nordeste tinham percentuais de internautas menores que 50% (35,4% e 34,0%, respectivamente).
Na análise por sexo, o percentual de acesso à internet era maior para as mulheres, nos grupos etários até os 39 anos. Dos 40 aos 49 anos de idade, o percentual de internautas era igual para ambos os sexos e, a partir dos 50 anos, era maior para os homens.
Para Azeredo, os dados refletem um atraso na inserção das mulheres mais velhas no mercado de trabalho. “Muitas dessas mulheres mais velhas são donas de casa, mas a situação vem se transformando e a tendência é que as mulheres ultrapassem os homens porque têm mais escolaridade e estão cada vez mais ativas no mercado de trabalho.”
Fonte: Mariana Sallowicz – Folha de São Paulo