Uma iniciativa que nasceu da vontade de criar música e agregar os colegas durante as pausas do trabalho cresceu, completou sua maioridade, e hoje não vê barreiras em espalhar arte – nem mesmo durante a pandemia. Falamos do Grupo Vozes, coral que teve sua origem no Banespa e hoje é um projeto de sucesso do Sindicato dos Bancários de Santos e Região
Nos idos de 2000, Maria Aparecida Santos, a Cidinha, foi idealizadora do Coral do Banespa junto de alguns colegas quando trabalhava na agência Santos Centro. O objetivo inicial do projeto era que os funcionários tivessem pausas prazerosas após o expediente no banco, com o apoio da gerência. “No meu caso e de outros colegas, parávamos de trabalhar para os ensaios e depois retomávamos as tarefas. Isso era após o fechamento da agência. O apoio da gerência da época foi fundamental, inclusive o gerente geral e a administrativa também cantavam no grupo”, lembra.
Nesta primeira fase, o coral se apresentou uma única vez. Com a privatização do banco no mesmo ano, a prioridade era manter o empregos e, segundo Cidinha, não havia clima para a continuidade. “Quando tivemos que parar com as atividades, já era nítido que o melhor seria levar (o projeto) para o Sindicato dos Bancários. Como fazia parte da diretoria, propus que criássemos um coral e a proposta foi aceita”, conta. E assim, no dia 14 de maio de 2002, o coral começou com um pequeno grupo que foi crescendo com o tempo.
O Coral Vozes, enfim, se tornou o Grupo Vozes. Hoje, o grupo conta com cinco banespianos além de outros bancários, familiares e pessoas da comunidade. “Costumamos dizer que pra participar basta gostar de música e não precisa saber cantar”, diz Cidinha, ressaltando que somente um requisito é necessário: estar disponível e aberto para trabalhar coletivamente e participar dos ensaios todas as terças-feiras, das 18 às 20 horas.
Cantos na quarentena
Quem pensa que os trabalhos do coral foram interrompidos com a pandemia de coronavírus, se engana. Mesmo cada um em sua casa e tomando as devidas precauções, os integrantes e músicos encontraram uma forma de seguir com o som: a tecnologia, uma aliada em tempos de isolamento. Os ensaios das músicas são feitos por meio de aplicativos, e as apresentações presenciais deram lugar às gravações e vídeos com belas edições, por enquanto.
Desde o começo no Banespa, o coral é liderado pela maestrina Simone Schumacher, que reúne todas as vozes em um trabalho diário. Apesar de recompensante, os resultados só são possíveis graças à dedicação dos participantes apesar das dificuldades em ensaiar e gravar de casa. “O desafio maior foi começar a gravar em casa, cada um a sua voz, aprender e dominar a tecnologia, pensar na luz adequada, melhor horário para gravar em casa diante de tanto barulho da rua”, diz Cidinha.
Nos últimos meses, as músicas apresentadas pelo coral são compostas por artistas da Baixada Santista que cederam seus trabalhos para o grupo fazer os arranjos – o Projeto Cantos da Praia, que é inédito na região. O espetáculo participou do encontro de corais da Prefeitura de Santos, no Teatro Coliseu e no Sesc Santos, além da estreia no auditório do Sindicato dos Bancários de Santos.
São nos momentos mais difíceis da vida que precisamos da arte. “Todas as pessoas têm direito de acessar a arte. A música, particularmente, traz muito conhecimento, pois nos coloca em contato com a letra, a melodia, o arranjo. Leva à reflexão e colabora com o fortalecimento da consciência de cada um, de cada uma”, finaliza Cidinha. Por mais iniciativas enriquecedoras como essa!
>> Conheça mais sobre o Grupo Vozes por meio da página do Facebook e também assista as apresentações no YouTube!
Fonte: Afubesp – 11/09/2020