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GREVE: O calvário dos bancários contra o patrão mais rico do mundo

19 de outubro de 2015

Desde o dia 6 de outubro de 2015, os bancários estão em greve nacional. Na Baixada Santista (SP), por exemplo, 90% das unidades de Santos e Cubatão estão paralisadas e 70% em Guarujá, Praia Grande e São Vicente. No País, há paralisações em todos os bancos dos 26 estados e no Distrito Federal. Os bancários vêm ampliando ainda mais o movimento e fecharam 12.277 agências e 44 centros administrativos em todo o país.

Para isso, todos os dias é obrigada a madrugar acordando às 5horas da manhã, para apresentarem-se em seus pontos determinados pela organização sindical. Ali enfrentam, além da chuva, do sol e do cansaço; o desprezo, a irritação, a incompreensão social e política da população ao movimento que quer, mais do que o reajuste, quer respeito aos trabalhadores de todo o Brasil.

Inúmeras vezes são xingados, interpelados pela polícia e às vezes até por quem se acha porta voz dos banqueiros, mas no fundo é apenas um trabalhador explorado, que tem que ser conscientizado sobre o mal que o individualismo faz ao ser humano. Toda hora os grevistas precisam lembrar aos clientes que eles também são explorados e o que é pior, os bancos estão demitindo trabalhadores e colocando os clientes para trabalharem para eles e ainda COBRAM POR ISSO. Alguns apoiam, mas querem resolver rápido o seu problema particular!

Ora, ora, os clientes de menor renda e usuários estão sendo proibidos de entrar nas agências e empurrados para os caixas eletrônicos para sacarem, pagarem, investirem e por conta própria fazer o trabalho que deveria ser oferecido pelas instituições financeiras. E ainda cobram tarifas absurdas de quem utilizou sua própria força manual e intelectual para resolver seus problemas bancários. Isso gera demissão e exploração generalizada.

Mas voltando ao calvário do trabalhador bancário em greve, na hora do almoço, alguns deles correm para ficar no lugar de outros que precisam almoçar em no máximo 15 minutos, para segurar o movimento paredista. Muitas vezes ficam mesmo sem se alimentar comprando um sanduiche no boteco da esquina. No final do dia reúnem-se para organizar estratégias e avaliar a greve. Cansados, à noite voltam para suas casas próprias ou alugadas e preparam-se para um novo dia de luta. Uma rotina dura e desumana para quem quer apenas um salário digno do patrão que mais lucra no mundo. Sim, porque os bancos brasileiros estão entre os dez maiores em lucro mundialmente falando. O Itaú/Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil são os três primeiros da lista (nesta ordem), segundo dados da agência Economática e do Dieese.

Gabinetes refrigerados

“Por outro lado, os banqueiros vão apostando no quanto pior melhor e continuam em silêncio observando o cansaço dos bancários e da população, quase sempre sentados nos seus gabinetes refrigerados cercados por mordomias. Depois muitos voltam de helicópteros para suas mansões cercadas por verdadeiros exércitos de seguranças”, indigna-se Ricardo Saraiva Big, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e Secretário de Relações Internacionais da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora.

Não demonstram nenhuma vontade de negociar um reajuste que reponha a inflação de 9,88%, muito menos um índice para repor perdas salariais dos últimos anos impostas aos funcionários dos bancos públicos. Porém, os bancos cobram os maiores juros em 20 anos, segundo o Procon. Os juros do cheque especial chegaram a 12,28% no mês em outubro – a maior marca desde setembro de 1995 – quando a taxa era 12,58%.

A proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de 5,5% é bem inferior ao índice de inflação de 9,88% medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 01 de setembro/2014 a 30 de agosto/ 2015 (período medido para a data-base da categoria).

Setores com lucros menores pagaram acima da inflação

Outros setores da economia, com lucros muito menores e sem comparação aos dos bancos – e em alguns casos apresentaram prejuízos –, pagaram aumento acima da inflação aos seus trabalhadores, como mostra balanço das campanhas salariais do primeiro semestre, realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística de Estudos Socioeconômicos).

O Comércio, por exemplo, que registrou quedas no faturamento e nas vendas no primeiro semestre do ano, fechou 76% de seus acordos com reajuste acima da inflação para os funcionários. No setor de Serviços, que também sofreu perdas, os ganhos reais foram observados em 74% dos acordos. E a Indústria, outra área com recuos no desempenho, fechou 61% das campanhas com reajustes acima da inflação nos primeiros seis meses do ano.

Na indústria um caso é dos metalúrgicos, que estão em campanha e têm a mesma data base dos bancários: 1º de setembro. Apesar de sofrerem diretamente os efeitos da queda na venda de automóveis e caminhões, dezenas de empresas do ABC paulista ofereceram aos seus empregados a garantia do índice que recompõe pelo menos a inflação do período, de 9,88%.

O setor químico de São Paulo, também propôs aos seus empregados a correção dos salários pelo percentual equivalente à variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período de novembro de 2014 a outubro de 2015, que deverá girar em torno de 10%. A data-base da categoria é 1º de novembro.

O Dieese considerou 302 unidades de negociação, privadas e estatais. Desse total, 69% resultaram em reajustes acima da inflação, 17% foram iguais à inflação do período e somente 15% foram abaixo.

Mais de R$ 36 bilhões de lucros liquídos!

Os banqueiros possuem condições para atender as reivindicações. Porque exploram a população cobrando 403,5% ao ano no cartão de crédito, 253,2% ao ano no cheque especial, tarifas exorbitantes a custa da miséria do trabalhador. Os cinco maiores bancos que atuam no Brasil lucraram R$ 36,3 bilhões no primeiro semestre, conforme dados do Dieese.

Principais reivindicações da Campanha Salarial 2015

A categoria reivindica reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais 5,7% de reposição salarial), PLR, piso e vales maiores, fim das metas e do assédio moral, mais segurança, 14º salário entre outros itens. No entanto, o setor que mais lucra no país ofereceu 5,5% e abono único de R$ 2.500, o que representa perda de mais de 4% diante da inflação de 9,88%.

Em menos de 6h de trabalho bancários pagam seus salários

As demissões são frutos da exploração segundo as regras do defeituoso sistema capitalista. Neste sistema o acúmulo de riqueza deve ser atingido a qualquer custo. O ser humano, na equação do capitalismo, é taxado como Capital Variável que produz a mais valia e o consequente lucro, através do chamado sobretrabalho (por exemplo, nas seis primeiras horas de um dia o bancário reproduz o valor do seu salário, mas acaba por trabalhar mais tempo) é neste tempo extra (que o capitalista tenta prolongar ao máximo) que ele trabalha e não é pago que é criado o lucro.

Ou seja, o lucro surge do fato do bancário trabalhar mais do que o socialmente necessário (por conta da exploração) e é este excedente, não pago que o capitalista se apropria, que se chama lucro. Ele cresce quando a jornada é prolongada com a sobrecarga de trabalho, acúmulo de função, jornada estendida etc.

Exemplo
Vamos pegar o exemplo de cada trabalhador do Itaú, que produziu o maior lucro líquido (entre a categoria) de R$ 67.773,62 (fonte: Dieese) somente em março deste ano.
Vamos utilizar como parâmetro quem recebe cerca de R$ 3 mil, portanto ganha R$ 25 por hora, mas lucra para o Itaú R$ 565 por hora, em menos de 6 horas ele já pagou o seu salário !!!!

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Divida o lucro (conforme cada banco segundo a tabela abaixo) por 120 horas e depois o valor de seu salário pelas mesmas 120 horas, que conforme a CLT e o Acordo Coletivo são as horas de trabalho mensal da categoria (não comissionada), veja quanto você produz de lucro por hora e quanto o banco lhe remunera por estas horas e em quanto tempo você reproduz seu salário para o banqueiro aproximadamente.

 

 
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Crédito: Fernando Diegues

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Publicado por: SEEB Santos e Região

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