Segundo o IBGE, apenas em maio, item que mais aumentou foram os remédios. Gás sobe há 12 meses, na região custa em média mais de R$ 90 reais e os remédios não param de aumentar em plena pandemia
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,44% no mês, abaixo de abril, mas a maior taxa para maio de 2016. Agora, soma 3,27% no ano. Em 12 meses, vai a 7,27%, também o maior índice em quase cinco anos. Alguns itens destacam, como gasolina, com aumento acumulado em 41,55%, e carne, que soma 35,68%.
Dos nove grupos que compõem o indicador, oito tiveram alta em maio, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Est atística (IBGE), que divulgou os resultados nesta terça-feira (25). Segundo o instituto, o maior impacto (0,16 ponto percentual) veio de Saúde e Cuidados Pessoais (alta de 1,23%), com aumento nos remédios. Grupos de maior peso na composição do índice, Habitação (0,79%) e Alimentação e Bebidas (0,48%) responderam por mais 0,22 ponto.
Pandemia e remédios
No grupo da saúde, os produtos farmacêuticos tiveram alta média de 2,98%, depois de reajuste de 10,08% nos medicamentos a partir de 1º de abril. O IBGE cita alguns itens, parte certamente relacionada à pandemia: antialérgicos e broncodiladatores (5,16%), dermatológicos (4,63%), anti-infecciosos e antibióticos (4,4%) e hormonais (4,22%).
Em Habitação, a energia elétrica subiu 2,31% e representou o maior impacto individual de maio (0,10 ponto). Além da bandeira tarifária vermelha, houve reajustes em Fortaleza, Recife e Salvador. Também nesse grupo, o gás de botijão aumentou 1,45%, na 12ª alta seguida (reajuste em Curitiba e no Rio de Janeiro) e a taxa de esgoto, 0,29%, com alta em São Paulo.
Carne e tomate mais caros
Já o grupo de produtos alimentícios e bebidas subiu principalmente por causa do item alimentação no domicílio, que foi de 0,19%, em abril, para 0,50%. As carnes tiveram aumento de 1,77%, em média. O tomate subiu 7,24%, enquanto o preço das frutas caiu 6,45%. Os produtores de carne de frango e suína já alertam para aumento dos preços. Fora do domicílio (0,43%), lanche (0,72%) e refeição (0,16%) subiram menos que no mês anterior.
Apesar da gasolina, que subiu 0,29%, o grupo Transportes teve deflação em maio (-0,23%), sob impacto da queda nos preços das passagens aéreas (28,85%). Também caíram os preços de transportes por aplicativo (-9,11%) e seguro de veículo (-3,18%). Entre os aumentos, automóveis novos (1,16%), conserto de automóvel (1,05%), metrô (0,46%) e ônibus urbano (0,25%).
A maior alta entre os grupos foi de Vestuário (1,42%), com impacto de 0,06 ponto no resultado geral. Joias e bijuterias aumentaram 2,35% e roupas femininas, 2%.
Nas áreas pesquisadas, Brasília teve variação negativa (-0,18%). Nas demais, o maior índice de maio foi apurado em Fortaleza (1,08%). O acumulado em 12 meses varia de 6,36% (região metropolitana do Rio) a 8,99% (Grande Fortaleza). Em São Paulo, o índice soma 6,43%.
O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 9 de junho.
Fonte: CUT
Escrito por: Vitor Nuzzi RBA