Negociação de terça-feira, 11/08, foi sobre saúde e condições no trabalho
O Comando Nacional d@s Bancári@s voltou a negociar na última terça-feira com os representantes da Federação nacional dos Bancos (Fenaban). O tema foi Saúde e Condições de Trabalho. Enquanto os representantes da categoria apresentaram propostas para enfrentar os problemas de saúde dos bancários, provocados pelas condições de trabalho, metas e a ameaça da pandemia, a Fenaban defendeu a retirada de direitos conquistados.
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As propostas apresentadas pelo Comando foram baseadas em consulta nacional feita este ano com quase 30 mil bancári@s. Cansaço e fadiga produzidas pela extrema agressividade nas cobranças por metas, ansiedade, dores de cabeça e outros males têm se agravado ao logo do tempo entre @s bancári@s.
É extremamente preocupante o adoecimento da categoria. Não dá para falar desse tema sem falar da pandemia, da crise sanitária que não tem dia para acabar porque não existe vacina com efeitos comprovados ainda. Entre as propostas apresentadas está a de que bancári@s que coabitam com parentes de grupos de risco trabalhem em regime de home office (teletrabalho). Na reunião também foi proposto pelo Comando que os bancos realizem testes do covid para todos os funcionários que estão em trabalho presencial.
Doenças
As cobranças por metas foram apresentadas pelos representantes da categoria como responsáveis por inúmeras doenças, conforme dados da consulta feita entre os trabalhadores. Mais da metade dos entrevistados sofriam de cansaço e fadiga constante, resultado da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas. A maioria também padecia de crise de ansiedade.
Mesmo com o quadro de adoecimento da categoria, os representantes dos bancos se mostraram pouco dispostos a aceitar as propostas. Sobre o teletrabalho para bancários que convivem com parentes de grupos de risco, os representantes da Fenaban disseram preferir não criar uma regra padrão sobre a questão.
Retirada de direitos
Outra clausula da CCT que a Fenaban quer mudar é a que regula a complementação salarial em caso de afastamento para tratamento quando o benefício seja menor que o salário. Até agora, o funcionário pode ter essa complementação por 24 meses. A proposta da Fenaban é de que passe a ter uma carência de 12 meses entre um afastamento e outro, para que seja pago a complementação (retornando ao trabalho).
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Os representantes dos bancos também apresentaram propostas que significam, na prática, a retirada de direitos da categoria bancária. Uma delas é reduzir de 120 para 90 dias o pagamento de benefício emergencial de salário pelos bancos para os funcionários, enquanto o bancário recorre de alta indevida pelo INSS. Outro retrocesso proposto pela Fenaban foi a volta do rankeamento dos trabalhadores, com a divulgação dos “melhores” funcionários. A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) proíbe a divulgação de ranking por causar o constrangimento, assédio moral e pressão no ambiente de trabalho.
Outra clausula da CCT que a Fenaban quer mudar é a que regula a complementação salarial em caso de afastamento para tratamento quando o benefício seja menor que o salário. Até agora, o funcionário pode ter essa complementação por 24 meses. A proposta da Fenaban é de que passe a ter uma carência de 12 meses entre um afastamento e outro, para que seja pago a complementação (retornando ao trabalho). O Comando Nacional pretende apenas mudar a redação da cláusula 57 para adequar à nova realidade do INSS, para atualizá-la e os banqueiros vieram com esse ‘contrabando’. Eles desejam se livrar dos doentes.
Tentativa de mudanças
Nas últimas campanhas salariais a Fenaban tenta piorar essas cláusulas. Os banqueiros não estão olhando para a saúde dos bancári@s eles só observam os custos. Querem retirar direitos das pessoas que estão doentes. Não foi uma negociação positiva. O Comando Nacional vai insistir que tenha teste para todos, proteger a família dos bancári@s que coabitam com grupos de risco.
Outra preocupação do Comando foi com a suspensão dos exames periódicos em casos de afastamento por motivos de saúde ou por homologação.
Os representantes da Fenaban disseram que a suspensão é para evitar o contágio na pandemia. Tem bancos chamando os bancários de volta ao trabalho presencial. Não tem problema de contaminação? Existem muitos bancários que estão sendo ameaçados por abandono de emprego porque não têm exame de retorno.
Ao final, a negociação mostrou que a categoria bancária precisa se unir para fortalecer a negociação com a Fenaban. Não vamos aceitar retirada de direitos. @s bancári@s não vão aceitar.
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Fonte: Com informações Contraf – 11/08/2020