CEBB cobra aplicação de estatuto da Cassi, aprovado em 2020, que já contém mecanismos para receber os funcionários dos bancos incorporados
Melhora nas condições de trabalho para combater qualquer tipo de prática de gestão que leve ao adoecimento dos funcionários e Cassi para todos os trabalhadores, aposentados ou não, oriundos dos bancos incorporados. Essas foram as principais reivindicações da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) na mesa sobre Saúde e Condições de Trabalho, quinto encontro para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico do BB, que ocorreu terça-feira (9).
Bancos incorporados
Os trabalhadores do BB lembraram que a reforma estatutária da Cassi, realizada em 2020, contém mecanismos para receber os funcionários dos bancos incorporados. Porém, passados dois anos, os trabalhadores dos bancos incorporados ainda estão fora da Cassi. Somente os ex-funcionários da Nossa Caixa são quase 14 mil aposentados, só do Economus (plano de saúde da antiga Caixa Econômica do Estado de São Paulo).
A situação do Economus é gravíssima. Os funcionários, aposentados e da ativa, foram expulsos do Feas (Fundo Economus de Assistência Social). Estão procurando plano mais barato, ou apenas o SUS, ressaltam.
Resposta do banco
Os representantes do banco afirmaram que “as conversas da mesa, sobre a Cassi, são complexas e envolvem vários atores”, dos quais o BB depende para prosseguir com o encaminhamento das reivindicações, completando que “a resposta às demandas não depende única e exclusivamente do banco”.
Também foi dito que existe intenção do banco de fazer a renovação do ACT vigente, com exceção de dois pontos: a cláusula 21, sobre complementação de auxílio doença previdenciário e auxiliou acidentário; e a cláusula 38, que aborda intervalo para descanso de digitadores. “Vamos apresentar as propostas sobre essas duas cláusulas logo após a Fenaban apresentar a pauta global ao Comando Nacional dos Bancários”, prometeu a porta-voz do BB.
Réplica da CEBB
Os representantes dos funcionários questionaram a resposta do banco sobre não prosseguir com encaminhamento das reivindicações feitas na mesa desta terça sem a participação direta da Cassi. Lembraram que boa parte das negociações alcançadas na entidade de assistência à saúde foram, inicialmente, encaminhadas nas negociações entre CEBB e BB.
“A estratégia saúde da família foi negociada aqui, o auto patrocínio foi negociado aqui, por exemplo. Primeiro realizamos negociações aqui para depois entregar à governança da entidade de saúde, porque lá temos os eleitos e os indicados do BB, que não são autônomos, são um braço do banco dentro da Cassi”, completaram.
Demais reivindicações
Outros pontos ressaltados pela CEBB, relativos à Saúde e Condições de Trabalho foram:
Assistência odontológica via Cassi para todos os funcionários, incluindo dos bancos incorporados;
Expansão da atenção aos trabalhadores com doenças crônicas;
Investimento para ampliar a Estratégia Saúde da Família;
Ampliação da lista de medicamentos do Programa de Assistência Farmacêutica (PAF)
Resolução do déficit da Cassi.
Acúmulo de funções
A situação dos gerentes de serviço que estão sob acúmulo de funções, exercendo, paralelamente, tanto atividades de vendas quanto de caixas, também foi levantada pelos representantes dos funcionários do BB.
Sobre essa questão, o banco respondeu que a gerência de serviços nas agências mistas são “uma nova modalidade”.
“O banco precisa considerar que as condições de trabalho baseadas em metas abusivas e sobrecarga desencadeiam problemas de saúde nos funcionários. Não faltam dados, ações e pesquisas sobre o assunto”, finalizaram os sindicalistas.
Fonte: Contraf