Banco está sendo sucateado, com ameaça de fechamento de agências e redução de postos de trabalho e cargos comissionados; trabalhadores têm de mobilizar em defesa de direitos e da instituição 100% pública.
O anúncio feito por representantes da Caixa Federal, em negociação com o movimento sindical no dia 2 de junho, de que a função de caixa seria paulatinamente extinta já está se tornando realidade.
De acordo com denúncias vindas de unidades, a saída de empregados que exerciam a tarefa não está sendo reposta. “Éramos em três caixas e já não dávamos conta. Há uns dois meses fomos reduzidos para dois. Até agora não houve reposição e já disseram que não haverá. Isso compromete nosso serviço para dar atendimento melhor a quem precisa dos programas sociais”, afirma um bancário.
Está em curso política de precarização nas condições de trabalho, pois na medida em que as pessoas deixarem essas funções – são cerca de 13 mil, não haverá reposição. A tarefa seria ocupada por outros bancários que receberiam por minuto trabalhado no caixa. Além disso, há o risco de o tesoureiro ser utilizado indevidamente.
Os tesoureiros estão deixando de ser subordinados à Giret (Gerência de Retaguarda) para integrarem a hierarquia das agências, respondendo ao gerente-geral. O risco disso é que sejam pressionados a ‘tapar buraco’ deixado por caixas.
Isso é desvio grave da função e deve ser denunciado ao Sindicato. As queixas podem ser encaminhadas ao Fale Conosco. O sigilo é preservado.
Fechamento de agências
O ataque a caixas e tesoureiros integra série de ações contra os trabalhadores e o banco público. Entre elas outro temor refere-se ao fechamento de 100 agências consideradas “deficitárias”.
“Todos os dias eu e meus colegas acordamos com a impressão de que chegaremos à nossa agência e encontremos fechada. Ninguém consegue trabalhar direito num clima desses”, desabafa um empregado.
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A preocupação é sentida em diversas unidades que não dão o resultado esperado na ótica da empresa. Em vez de dar condições melhores de trabalho nesses locais, a Caixa veta qualquer aumento de dotação de pessoal. Nem sequer repõe vagas por adesões aos planos de apoio a aposentadoria. Ou seja, tudo é feito para que a situação piore ainda mais, como se fosse um castigo por não cumprirem metas.
Défict social
Uma bancária também critica a falta de transparência nas intenções da direção do banco. “Os boatos que correm é de que está sendo feito estudo econômico das unidades. Mas ao que parece não leva em conta o ‘déficit’ social que a Caixa tem com a população. Se fecha agência em região carente, onde essas pessoas serão atendidas? E mais, o que acontecerá com os comissionados desses lugares, eles terão redução na remuneração por perderem a função?”
A única forma que fará com que a Caixa reveja essa política é ampliar a organização no local de trabalho e se preparar para ampliar a mobilização. É essencial que todos tenham a clareza de que a defesa da Caixa 100% pública, para evitar o fechamento de agências e o fim da função de caixa, passam necessariamente pelo empenho de todos na luta.
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Fonte: Com informações SEEB SP