O Comando Nacional dos Bancários entregou à Fenaban nesta quarta-feira 11 a pauta de reivindicações da categoria para a campanha 2010, que tem como principais bandeiras reajuste de 11%, valorização dos pisos salariais, PLR maior, mais contratações, fim do assédio moral e das metas, plano de cargos e salários, previdência complementar e igualdade de oportunidade para todos. A primeira rodada de negociações será realizada na semana que começa no dia 23, em data a ser definida ainda esta semana.
CAMPANHA SALARIAL 2010
Conferência Nacional tira pauta de reivindicações
A 12ª Conferência Nacional dos Bancários teve a participação de 628 delegados de 25 Estados e do DF, eleitos nas conferências regionais. O nosso Sindicato enviou quatro representantes. Na Conferência foram deliberadas pautas de reivindicações para a Campanha Salarial 2010 como: preservação e ampliação do emprego, mais contratações, o fim das metas e do assédio moral, Estatização do Sistema Financeiro, Piso do Dieese (R$ 2.157,88), mais saúde e melhores condições de trabalho e de segurança, Fim do Correspondente Bancário, PLR de 3 salários + R$ 4.000, reajuste salarial de 11%, apesar de a Intersindical, da qual o Sindicato dos Bancários toma parte, defendeu o índice de 17,96% de reajuste com reposição salarial (que incluía parte das perdas dos últimos anos), entre outras.
Veja abaixo as principais resoluções da 12ª Conferência Nacional dos Bancários:
Emprego
– Mais contratações
– Ampliar a contratação de mulheres, negros e pessoas com deficiência, garantindo igualdade de oportunidades
– Garantia de emprego
– Qualificação e requalificação profissional
Remuneração e Previdência
– Reajuste salarial de 11%
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4 mil para cada funcionário
– Piso salarial no valor do salário mínimo do Dieese (R$ 2.157,88)
– Elevação do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá para o valor de um salário mínimo para cada item
– Previdência Complementar para todos os bancários
Sistema Financeiro
– Regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal
– Regulamentação da remuneração dos executivos
– Democratização e ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN)
– Estatização e regulamentação do papel social dos bancos
– Fim dos correspondentes bancários
Saúde do Trabalhador
– Fim das metas
– Combate ao assédio moral
– Proteção contra os riscos de acidente de trabalho ou doença ocupacional
– Programa de Reabilitação Profissional
– Prevenção de adoecimento e promoção da saúde da mulher
– Assistência médica, hospitalar, odontológica e medicamentosa
Segurança Bancária
– Assistência médica e psicológica às vítimas de assaltos, sequestros ou extorsões
– Ampliação dos equipamento de prevenção
– Adicional de risco de vida de 30% para agências, postos e tesouraria
– Proibição de transporte de valores e guarda das chaves pelos bancários
– Estabilidade provisória para vitimas de assaltos, sequestros e extorsões
Fusões de bancos violentam bancários
Na última década os grandes bancos (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander) compraram a Nossa Caixa, Unibanco, Real, entre outros e os únicos que perderam com isto foram os bancários, que estão trabalhando em condições desumanas. Faltam funcionários, mas os cinco maiores bancos brasileiros (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal) detêm quase 90% dos ativos do sistema financeiro gerando uma das maiores concentrações de renda do mundo.
Com as fusões todos os bancários sofrem rebaixamento de salários, acúmulo de funções, assediados moralmente para venderem de qualquer forma produtos aos clientes e atingirem metas de até 200%, ameaças constantes de demissão, extrapolação da jornada, falta de segurança, perdas de direitos, aumento das doenças ocupacionais, planos de saúde incompatíveis, trabalham em agências transformadas em canteiros de obras e ainda faltam planejamento nas migrações e treinamento por parte dos bancos incorporadores, para adequar os novos funcionários aos ritmos de trabalho diferenciados. As fusões transformaram as agências e a vida dos bancários num verdadeiro inferno.
Os números do Dieese e do Sindicato comprovam:
Redução da categoria
Número de Bancários (as) no País em 1988
Aproximadamente 800 mil
Número de Bancários (as) no País em 2009
Aproximadamente 360 mil
Número de bancários na Baixada Santista em 1988
7.380
Número de bancários na Baixada Santista em 2009
3.461
Resultado: quase 60% perdeu o emprego e as doenças ocupacionais psicológicas e físicas atingiram rapidamente a categoria, jornada de trabalho prolongada sem pagamento de horas-extras, redução da qualidade de vida e até mortes por suicídio.
Enquanto os lucros se multiplicam:
Lucro total em 2009
O lucro dos 50 maiores bancos chegou a cifra estratosférica de R$ 37 bilhões e 404 milhões. O patrimônio líquido obtido com a força de trabalho dos bancários (as) é de R$ 257 bilhões.
Por exemplo, o lucro dois maiores bancos privados do país foram:
O Itaú e o Bradesco em 1999
R$ 1.092 bilhão de lucros líquidos
O Itaú e o Bradesco em 2009
Mais de R$ 18 bilhões de lucros líquidos
O desemprego na categoria continua:
Em 2009, no Brasil, foram contratados 1.750.000 trabalhadores, entretanto na categoria bancária houve um saldo negativo de 621.
E os salários são rebaixados com rotatividade:
Em 15 anos 75% da categoria foi trocada
Salários
– Média salarial dos bancários em 2001
R$ 4.442,00
– Média salarial dos bancários em 2009
R$ 4.005,00
Resultado: cerca de 10% de perdas salariais nos últimos oito anos. Obs.: nesta média salarial são computados todas as verbas salariais como PLRs, gratificações e outras.
Fonte: C