Fibromialgia é uma síndrome comum, na qual a pessoa sente dores por todo o corpo durante longos períodos, com sensibilidade nas articulações, nos músculos, tendões e em outros tecidos moles. Junto com a dor, a fibromialgia também causa fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, depressão e ansiedade.
De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. Não se sabe a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa.
A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.
Causas
As causas da fibromialgia ainda são desconhecidas, mas existem vários fatores que estão frequentemente associados a esta síndrome. Confira:
Genética: fibromialgia é muito recorrente em pessoas da mesma família, o que pode ser um indicador de que existem algumas mutações genéticas capazes de causar a síndrome
Infecções por vírus e doenças autoimunes também podem estar envolvidas nas causas da fibromialgia
Distúrbio do sono, sedentarismo, ansiedade e depressão também podem estar ligados de alguma forma à síndrome
Trauma físico ou emocional: a fibromialgia às vezes pode ser desencadeada por um trauma físico, o estresse psicológico também pode desencadear a condição.
Fatores de risco
Os médicos alertam para alguns fatores de risco que facilitam o surgimento de fibromialgia. Confira:
Sexo: a síndrome é mais comum em mulheres do que em homens, em especial naquelas entre 20 e 50 anos
-Histórico familiar: a doença é recorrente entre membros de uma mesma família, indicando que talvez exista algum fator genético envolvido nas suas causas
Outros transtornos: se você tem artrite reumatóide ou lúpus é mais provável que você acaba desenvolvendo fibromialgia.
Confira os principais sintomas da fibromialgia:
Dor generalizada: a dor associada à fibromialgia é constantemente descrita como uma dor presente em diversas partes do corpo e que demoram pelo menos três meses para passar
Fadiga: pessoas portadores dessa síndrome frequentemente acordam já se sentindo cansadas, mesmo que tenham dormido por muitas horas. O sono também é constantemente interrompido por causa da dor, e muitos pacientes apresentam outros problemas relativos ao sono, a exemplo da apneia, insônia e síndrome das pernas inquietas
Dificuldades cognitivas: para os portadores de fibromialgia, é mais difícil se concentrar, prestar atenção e focar em atividades que demandem esforço mental
Dor de cabeça recorrente ou enxaqueca clássica, dor pélvica e dor abdominal sem causa identificada (Síndrome do intestino irritável)
Problemas de memória e de concentração
Dormência e formigamento nas mãos e nos pés
Palpitações
Redução na capacidade de se exercitar.
Principais pontos de dor da fibromialgia
As dores de origem emocional atingem principalmente o sistema musculoesquelético do paciente que apresenta fibromialgia e são representadas pelos seguintes pontos dolorosos:
Região da coluna cervical
Coluna torácica
Cotovelos
Nádegas
Bacia
Joelhos.
Buscando ajuda médica
Procura um médico se você começar a sentir fortes dores no corpo, tendo a sensação de que ela pode ser sentida “nos ossos” ou “na carne” ou ao redor das articulações.
Aproveite a consulta e tire todas as dúvidas que você tiver. Lembre-se também de fazer uma descrição completa de seus sintomas. Isso ajudará o médico a fazer o diagnóstico da fibromialgia
Especialistas que podem diagnosticar a fibromialgia são:
Clínico geral
Reumatologista.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
Quando os sintomas começaram a aparecer?
Existe algo que parece melhorar ou piorar seus sintomas?
Que articulações são afetadas?
Seus sintomas interferem nas tarefas diárias?
Você já foi diagnosticado com algum outro problema de saúde?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para fibromialgia, algumas perguntas básicas incluem:
Quais exames serão necessários para fazer o diagnóstico?
Fibromialgia tem cura?
A doença vai alterar muito meu estilo de vida, meu cotidiano e meus hábitos?
Quais são os efeitos colaterais do tratamento?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de Fibromialgia
O diagnóstico da fibromialgia é feito clinicamente (por meio da história dos sintomas e do exame físico) Não existem testes laboratoriais que possam realizar o diagnóstico, mas o médico pode solicitar exames de sangue para que outras doenças, com sintomas e características parecidos, sejam descartadas entre os possíveis diagnósticos.
Os critérios de diagnóstico da fibromialgia são:
Dor provocada pela palpação de pontos dolorosos específicos. A palpação deve ser feita com a aplicação de força de 4 kg. Um resultado positivo requer que a palpação seja dolorosa
Deve haver uma história de dor generalizada durante, pelo menos, 3 meses. A dor é considerada generalizada quando os pacientes têm dor no lado esquerdo e direito do corpo, acima e abaixo da cintura.
Tratamento de Fibromialgia
O tratamento de fibromialgia é mais eficaz quando são unidos medicamentos e cuidados não medicamentosos. O foco é evitar a incapacidade física, minimizar os sintomas e melhorar a saúde de modo geral.
O tratamento pode envolver:
Fisioterapia
Programa de exercícios e preparo físico
Métodos para alívio de estresse, incluindo massagem leve e técnicas de relaxamento
Terapia cognitivo comportamental.
Existem várias classes de medicamentos que são utilizados em conjunto com o tratamento não medicamentoso. As drogas mais utilizadas são analgésicos de ação central, incluindo algumas drogas antidepressivas e antiepilépticas que têm esta ação analgésica. Medicamentos para melhorarem o padrão do sono e miorrelaxantes também são, frequentemente, utilizados isoladamente ou em conjunto com medicamentos analgésicos.
A terapia cognitivo-comportamental é uma parte importante do tratamento. Com ela, você aprenderá a:
Lidar com pensamentos negativos
Manter um diário de seus sintomas e dores
Reconhecer o que agrava seus sintomas
Buscar praticar atividades agradáveis
Estabelecer limites.
Os grupos de apoio também podem ser úteis.
Entre outras recomendações estão:
Seguir uma dieta bem balanceada
Evitar cafeína
Manter uma boa rotina de descanso para melhorar a qualidade do sono
Acupressão e acupuntura.
Os casos graves de fibromialgia podem ser encaminhados a uma clínica especializada em dor.
Medicamentos para Fibromialgia
Entre os medicamentos mais usados para o tratamento de fibromialgia, estão antidepressivos tricíclicos em doses baixas (administrados em doses inferiores às usadas em casos de depressão), relaxantes musculares, anti-inflamatórios não-hormonais, analgésicos comuns e opioides, que podem ser utilizados na exacerbação da dor por curtos períodos de tempo. Veja alguns remédios utilizados:
Alginac
Ciclobenzaprina
Cymbalta
Dual
Lyrica
Miosan
Mirtax
Musculare
Nimesulida.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Fibromialgia tem cura?
A medicina ainda não desenvolveu um método para curar a fibromialgia. Contudo, o prognóstico do fibromialgia é melhor hoje do que nunca. Com o tratamento indicado é possível ter o controle dos sintomas.
Complicações possíveis
A dor e a falta de sono associadas à fibromialgia podem interferir na sua capacidade de funcionar em casa ou no trabalho. A frustração de lidar com uma condição muitas vezes incompreendida também pode resultar em depressão e ansiedade relacionada à saúde.
Convivendo/ Prognóstico
A fibromialgia é uma síndrome de longa duração com flutuações frequentes na intensidade da dor. Seguindo o tratamento corretamente e tomando os devidos cuidados dentro de casa, os sintomas tendem a melhorar. Mais importante ainda: com os devidos cuidados, a pessoa com fibromialgia não perde sua capacidade funcional.
Em casa, você pode tomar algumas medidas para ajudar no tratamento e a conviver melhor com a doença. Veja exemplos:
Reduza o estresse diário
Durma o suficiente para estar descansado no dia seguinte
Exercite-se regularmente
Mantenha um mesmo ritmo de vida
Preserve um estilo de vida saudável.
Fibromialgia pode ser confundida com depressão?
As alterações do humor, como irritabilidade e tristeza, estão presentes em até 70% dos pacientes. A depressão aparece em até 30% dos casos. Os sintomas da depressão podem ser confundidos com os da fibromialgia. É necessário que o médico que acompanhe o paciente faça o diagnóstico precoce e inicie o mais rápido possível o tratamento da depressão. A depressão piora os sintomas da fibromialgia, assim como a fibromialgia também piora os sintomas da depressão.
Quem tem fibromialgia pode fazer exercícios?
Os pacientes que têm fibromialgia devem fazer exercício físico, principalmente o condicionamento aeróbico que proporciona os melhores resultados a médio e longo prazos. Os pacientes referem melhora dos sintomas dolorosos e da fadiga. A introdução de programas de exercícios físicos, seja no solo ou na água, têm apresentado sucesso no alívio dos sintomas.
Prevenção
Não há formas de prevenção para a fibromialgia. Contudo, o tratamento precoce adequado pode ajudar a evitar danos adicionais.
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Fonte: Minha Vida