Segundo pesquisadores, o que lidera no Brasil são ocupações para vendedores, ambulantes e empregos de baixa qualificação. Enquanto em outros países funções ligadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática estão em alta
Empregos de baixa-qualificação e, portanto, de baixa remuneração devem dominar o mercado de trabalho brasileiro após a pandemia de covid-19, caso a tendência dos últimos anos permaneça. A projeção é de pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV).
Os dados dos pesquisadores, divulgados pelo Valor Econômico, apontam que o mercado de trabalho, antes da pandemia nacional, vinha se estruturando apenas parcialmente de acordo com a tendência internacional.
No mundo, funções ligadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática (conjunto chamado STEM), além de serviços de saúde, transporte de mercadorias e para empresas têm ganhado espaço, crescendo mais que outras áreas. Esses setores, principalmente os primeiros, tem crescido no número de vagas, e os salários têm aumentado.
No Brasil, quem lidera o ranking de quantidade de novos postos de trabalho, entretanto, são ocupações informais, como vendedores e ambulantes. Esse tipo de emprego é o que sustenta numericamente a recuperação parcial do emprego após os anos 2014-2016. Se o número de pessoas trabalhando dessa forma têm aumentado, os salários nesse setor não.
O drama, segundo os pesquisadores da FGV, é esse: não há setores que, ao mesmo tempo, geram muitos postos e que paguem bem.
“O que vemos são atividades que empregam muito e podem ser automatizadas e outras em que a probabilidade de substituição é menor, mas o problema é que elas não empregam tanto”, resume o pesquisador Fernando de Holanda Barbosa Filho.
Crédito: Arquivo EBC
Fonte: reconta aí
Escrito por: Rafael Locateli