O índice IPCA-15 calculou uma prévia de 0,99% de inflação em fevereiro pela alta das mensalidades escolares. Combustíveis ficaram estáveis e deixaram posto de ‘vilão’ da inflação no mês
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,99% em fevereiro, após ter registrado taxa de 0,58% em janeiro, segundo divulgou nesta quarta-feira (23) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa para um mês de fevereiro desde 2016, quando ficou em 1,42%, segundo o instituto.
Educação puxou alta da inflação
Segundo o IBGE, a maior influência de alta – e a maior taxa entre os grupos pesquisados – veio de educação. A inflação do segmento ficou em 5,64% na prévia do mês, sendo responsável por 0,32 ponto percentual do IPCA-15 de fevereiro.
Dentro do grupo, as maiores variações vieram de:
· ensino fundamental: 8,03%
· pré-escola: 7,55%
· ensino médio: 7,46%
· creche: 6,47%
· ensino superior: 5,90%
· curso técnico: 4,40%
· pós-graduação: 2,93%
Alimentos continuam em alta
Na passagem de janeiro para fevereiro, a alta dos preços dos alimentos voltou a acelerar, passando de 0,97% para 1,20%. As maiores altas vieram de alguns tubérculos, raízes e legumes, como a cenoura (49,31%) e a batata-inglesa (20,15%).
O café moído, com alta de 2,71%, as frutas (+1,75%) e as carnes (-1,11%) seguiram pesando no bolso dos consumidores.
Combustíveis deixam posto de ‘vilão’
No grupo transportes, onde a alta foi de 0,87% em fevereiro, os combustíveis deixaram de ser os vilões, mostrando estabilidade em fevereiro. Apesar da alta de 3,78% no diesel, a gasolina subiu bem menos (0,15%), enquanto as quedas do etanol (-1,98%) e do gás veicular (-0,36%) contiveram o indicador.
Os destaques de alta no mês vieram de veículos próprios (2,01%): automóveis novos (2,64%), motocicletas (2,19%) e automóveis usados (2,10%).
Projeção para o ano
Analistas têm avaliado que a inflação tende a permanecer acima dos 10% por mais alguns meses ainda. Apesar da queda do dólar nas últimas semanas, os preços mais altos das commodities, sobretudo do petróleo, pressionam para um quadro inflacionário ainda pouco confortável.
A previsão do mercado para a inflação fechada de 2022 está em 5,56%. Com isso, a expectativa é de estouro do teto do sistema de metas pelo segundo ano seguido. A meta central para o IPCA deste ano é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.
O objetivo foi fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, que está atualmente em 10,75% ao ano. A projeção dos analistas é de Selic em 12,25% ao ano ao fim 2022.
Para 2023, o mercado financeiro mantém em 3,50% a estimativa de inflação. Para o próximo ano, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Fonte: g1.globo.com