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Fenaban chega na 7ª rodada sem proposta de aumento salarial

FEEB/SC

14 de agosto de 2024

A 7ª rodada de negociações para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, que aconteceu terça-feira (13), começou com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não trazendo nenhuma proposta às reivindicações das cláusulas econômicas: aumento real dos salários, melhorias na PLR e demais remunerações, incluindo vales alimentação e refeição (VA/VR).

“Nossa expectativa é que tivessem apresentado uma proposta completa, diante de todas as informações que trouxemos nas mesas anteriores, defendidas com dados sobre a realidade do setor e capacidade dos bancos, que é o setor com maior geração de lucros no país”, destaca a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e também presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Juvandia Moreira.

O argumento apontado pelos representantes da Fenaban foi a competitividade no setor. O que foi prontamente rebatido pelos trabalhadores, que relembraram que os bancos seguem com presença segura no mercado financeiro do país.

Os dirigentes dos Sindicatos relataram na mesa de negociação que dos 8.809 setores no país que fizeram negociações salariais, neste ano, 86% tiveram aumento acima da inflação. Muitos têm concorrência e lucros bem inferiores aos dos bancos, a exemplo dos comerciantes, agropecuária, serviços médicos hospitalares e energia elétrica Os dados foram levantados pelo Dieese.

Devolutivas sobre outras reivindicações

A Fenaban trouxe algumas devolutivas de reivindicações da categoria, em sua maioria, relacionadas às cláusulas sociais:

1 – Criação de cláusula de combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho.

Já existe mecanismo de combate a esses tipos de violência, conquistado pela categoria na CCT. A novidade trazida pela Fenaban é a inclusão do termo “assédio moral”.

Os trabalhadores destacaram que a cláusula sobre assédio deve estar atrelada à garantia de anonimato para as vítimas e denunciantes. E, ainda, que os bancos devem garantir prazos acelerados de apuração para pessoas que estiverem sob risco iminente. Os bancos concordaram também com o acompanhamento na negociação setorial sobre o tema.
 
2. Saúde mental dos bancários

A Fenaban não trouxe retorno efetivo sobre o tema, mas sinalizou propostas que foram criticadas pelos representantes dos trabalhadores. Por conta disso, ficou de remodelar o texto, que será entregue na próxima negociação.

Sobre saúde, os trabalhadores cobraram respostas na gestão por metas abusivas e sua relação com o aumento do adoecimento na categoria, que, atualmente, responde por 25% dos afastamentos acidentários por saúde mental no país. A Fenaban continua negando respostas sobre o tema metas. Os sindicalistas vão continuar insistindo.

3. Contratação de mulheres na TI

Também atendendo ao pedido do Comando, os bancos apresentaram propostas de formação de mulheres para a área de Tecnologia da Informação (TI), a partir da contratação de duas entidades especializadas em trazer mulheres para este mercado.

Os trabalhadores e os bancos combinaram de marcar uma nova reunião para que essas empresas se apresentem e falem sobre o trabalho que realizam.

Inicialmente, a proposta foi apresentada pela Fenaban para atender a comunidade e bancárias desligadas. Mas o Comando Nacional cobrou que as bancárias em atuação sejam atendidas também.


Sobre a proposta de requalificação às bancárias, os bancos ficaram de trazer uma proposta mais aprimorada.

4. LGBTQIA+, com atenção especial às pessoas transexuais 

– Criação de cláusulas de repúdio à discriminação, com canais de apoio.
– Respeito ao nome social, em todos os sistemas do banco, antes da obtenção do registro civil de retificação de nome para pessoas transexuais.
– Garantia do uso do banheiro conforme o gênero que a pessoa se reconhece.

Esse ponto inclui trabalho de letramento em toda a categoria para o combate à discriminação.

5. Combate à violência contra a mulher

Outra reivindicação atendida é o reforço ao programa de apoio às bancárias vítimas de violência doméstica, previsto em cláusulas na CCT.

6. Igualdade salarial entre gêneros

Para atender às obrigações da lei federal de igualdade salarial entre homens e mulheres, reivindicadas também pela categoria bancária, a Fenaban disse que irá melhorar a divulgação do relatório de transparência salarial do setor. Os representantes dos bancos também afirmaram que estão trabalhando um plano de ação para alcançar a igualdade.

7. Censo da Diversidade da categoria

Inicialmente, a Fenaban disse que não há necessidade da realização do censo, e que existem bancos que já levantam e compartilham dados sobre diversidade no setor.

Os bancários rebateram e cobraram a realização do censo, sendo que o último foi divulgado em 2019, além de ser um compromisso firmado na CCT.


Após essas ponderações, a Fenaban disse que irá reavaliar a realização do levantamento.

O que faltou

O Comando Nacional cobrou outros pontos que os bancos não trouxeram retorno, como as reivindicações de pais de PCDs, o combate ao endividamento dos bancários, respeito ao direito à desconexão, combate à terceirização, garantia dos empregos, jornada de quatro dias, ampliação do teletrabalho, além do aumento real da remuneração.   

Os trabalhadores exigiram que, na próxima reunião, em 20 de agosto, a Fenaban traga respostas.

A entidade sinalizou que irá trazer as propostas apresentadas na reunião desta terça, mas não garantiu que trará respostas sobre as demais reinvindicações, e isso inclui as econômicas (aumento salarial real e melhorias nas demais verbas).

Calendário

Dias nacionais de luta:
– 19 de agosto

Próximas mesas:
– 20 e 21 de agosto

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