A exclusão digital afetou o acesso ao auxílio emergencial para as classes D e E, as que mais necessitavam do benefício.
De acordo com estudo do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGVcemif), a exclusão digital foi o maior gargalo para a população mais pobre do País obter o auxílio emergencial.
Entre as barreiras encontradas pelos cidadãos das classes D e E, estão desde a dificuldade em lidar com celulares e computadores, até a falta de acesso à internet.
À Agência Bori, Lauro Gonzalez, coordenador do FGVcemif, apontou que um em cada quatro brasileiros ainda não utiliza a internet. Em números absolutos, isso representa 47 milhões de pessoas. A maioria pertence às classes D e E, as destinatárias do auxílio emergencial.
Conforme o estudo, 23% das pessoas das classes D e E tentaram solicitar o auxílio emergencial, mas não conseguiram. Os motivos elencados para isso foram a falta de acesso a um dispositivo digital – celular, computador – (20%), falta de acesso à internet (22%), dificuldade de baixar o aplicativo por inabilidade (18%) e não saber como utilizar o aplicativo (28%).
Quanto ganham as classes D e E
De acordo com a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que leva em conta a renda familiar, o limite de ganho para a classe E é de dois salários mínimos. Nesse sentido, pertencem a classe E todos aqueles cuja renda familiar de R$ 2.200.
Já a classe D compreende as famílias cuja renda varia de dois à quatro salários mínimos. Ou seja, de R$ 2.200 a R$ 4.400.
Essas foram as famílias cuja a renda foi mais comprometida durante a pandemia de Covid-19. Muitas delas, compostas por pessoas que faziam trabalho informal, ou que foram demitidas pelo setor de serviços, o mais prejudicado pelas regras de distanciamento social.
Fonte: Reconta ai com informações da Agência Bori