Para eles, modelo já se mostrou falho em outros países por retirar rendimentos do trabalhador e assegurar lucro apenas para os setores bancário e de seguros
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou nesta segunda-feira (29) sua intenção em dar andamento, ainda nesta fase de transição, à reforma da Previdência. Segundo ele, a ideia é tratar do projeto com o governo de Michel Temer para “evitar problemas para o futuro mandato”. Entre as medidas propostas, a principal delas é a adoção do sistema de capitalizaçãoque, segundo especialistas, representa um risco aos trabalhadores.
“Se o regime de capitalização for implementado, hoje, vai virar uma catástrofe”, adverte a economista e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marilane Teixeira, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, do Seu Jornal, da TVT. Na prática, segundo a economista, o modelo funciona como uma “poupança”, impondo aos trabalhadores a contribuição em contas individuais e não em um sistema único, como estabelece o atual regime.
Para Marilane e o ex-secretário de Finanças da cidade de São Paulo Amir Khair, a capitalização só interessa aos setores bancário e de seguros e a experiência no Chile, que teve esse modelo implementado na década de 1980 pelo ditador Augusto Pinochet, revela que a privatização não funciona e tem baixo rendimento para os segurados. Os economistas contestam ainda o argumento de que o regime de seguridade tenha problemas incorrigíveis, para eles, é preciso uma gestão responsável que garanta a criação de empregos e combata os privilégios, a sonegação e os desvios de recursos.
Fonte: Rede Brasil Atual