Trabalhadores de empresa de Franca (SP) terão folgas às quartas-feiras sem redução salarial e ainda vão receber vale para usar em aplicativos de música, filmes, livrarias, cinemas, teatros e shows
Em Franca, no interior de SP, uma empresa de tecnologia reduziu a jornada semanal de cinco para quatro dias – as folgas serão às quartas-feiras -, sem redução de salário, e ainda ofereceu R$ 400 para cada um dos seus de 40 trabalhadores e trabalhadoras utilizar em aplicativos de lazer, como música, filmes, livrarias, cinemas, teatros e shows.
A medida, em fase de experimental, vem sendo aplicada pela empresa NovaHaus, desde o mês de março com o objetivo de melhorar a produtividade.
Em entrevista a EPTV, filiada da Rede Globo, na região, o diretor da empresa Leandro Pires, afirmou que “o maior objetivo de ter essa folga na semana é proporcionar momentos de cultura, de lazer, de conexão com a família, conexão pessoal, e fazer as pessoas ficarem mais revigoradas para trabalhar melhor nos outros dias que elas precisam trabalhar”.
Esta não é a primeira empresa no Brasil a adotar a jornada semanal reduzida, mas o número ainda é pequeno se comparado aos países europeus e aos dos Estados Unidos, onde a satisfação no ambiente de trabalho é levada em consideração pelos empresários. Eles acreditam que um trabalhador feliz produz mais, tese confirmada pela economista da Unicamp, especialista em Trabalho, Marilane Teixeira.
Em entrevista ao portal CUT, em julho do ano passado, a professora disse que “com jornadas menores, quem trabalha vai ter mais tempo para lazer, para os estudos, para a vida pessoal, vai aproveitar melhor o tempo, inclusive consumindo mais”.
De acordo com ela, “a atividade econômica também melhora. Com mais consumo, haverá maior demanda de produção e de serviços. Com jornadas reduzidas, empresas deverão contratar mais trabalhadores”.
Na Islândia
Na Islândia, por exemplo, a redução de jornada, sem redução salarial, foi testada entre 2015 e 2019. O sucesso foi tão grande que levaram os sindicatos locais a renegociar os padrões de trabalho, e agora 86% da força de trabalho do país mudou as escalas para menos horas trabalhadas, mas com a manutenção dos salários.
Qualidade de vida
Com a carga reduzida, a qualidade de vida aumenta, o nível de estresse diminui e, consequentemente, a produtividade da equipe aumenta”, afirmou a empresa brasileira que adotou o sistema.
A gerente de design, Marcela Rockenbach, confirmou à emissora de TV, que a sua produtividade aumentou desde que a nova jornada de trabalho começou. “Houve um ganho muito grande na produtividade, e a gente aprendeu a ser mais objetivo e rápido nas reuniões”.
A redução da jornada também pode beneficiar o meio ambiente. Um relatório encomendado pela campanha da 4 Day Week da Platform London, (Londres, Inglaterra) sugeriu que menos horas de trabalho poderiam reduzir as emissões de carbono no Reino Unido.
Crédito: guaruja.sp.gov.br
Fonte: Redação CUT com informações do G1 e edição de Marize Muniz