A existência de mudanças de impacto na situação funcional e na locação dos empregados foi negada pela Caixa Econômica Federal na mesa de negociações permanentes com o movimento sindical, na tarde desta terça-feira, dia 20, em Brasília.
Os representantes da empresa voltaram a afirmar que não há nada além do que pesquisas e diagnósticos sendo feitos por uma consultoria contratada, visando levantar pontos estruturais críticos e apontar melhorias em procedimentos. Coisa tida como parte da busca permanente por aperfeiçoamentos.
O trabalho da consultoria, segundo informaram, está ainda inconcluso e, portanto, desconhecido entre os gestores que não são da área que o acompanha.
Houve reconhecimento por parte dos negociadores da Caixa quanto à movimentação que acontece na área de Contabilidade, envolvendo as seis unidades situadas em diferentes pontos do país, mas como um caso específico, de alcance restrito.
Os representantes dos empregados chamaram a atenção para a dimensão que o boato sobre reestruturação assumiu dentro da empresa e solicitaram à Caixa iniciativas no sentido de melhor informar e orientar o corpo funcional para evitar inquietações. Sugeriram, inclusive, comunicação dirigida especificamente aos gestores, com o intuito de orientá-los a não darem vazão ao que não se tem como certo.
A rodada de negociação desta terça-feira tratou ainda da elaboração de política para descomissionamento, aperfeiçoamento do processo de avaliação por mérito e condições de trabalho. Este último tema envolveu questões como login único, Sisag, atendimento expresso, corredores para abastecimento dos caixas e abertura de agência versus locação de pessoal.
Descomissionamento
Representantes dos trabalhadores entregaram à Caixa sugestões para instituição de critérios e procedimentos a serem adotados em caso de retirada da função comissionada. A elaboração da política de descomissionamento foi acertada entre as parte no último acordo coletivo.
A ideia é assegurar que o empregado que ascendeu na carreira por meio de processos seletivos internos não venha a ser surpreendido com a retirada da função que galgou sem justificativas plausíveis por parte dos gestores, algo que acontece com muita freqüência atualmente. Pelo que se estabeleceu no acordo coletivo, a Caixa deverá apresentar o seu estudo sobre o assunto até 31 de março.
Avaliação por mérito
Dirigentes sindicais abordaram a avaliação por mérito instituída na empresa a partir de 2008 como uma conquista dos bancários da Caixa e propôs a retomada das discussões para aperfeiçoamento do processo.
O entendimento é de que há questões que merecem ser analisadas pela comissão paritária que elaborou os critérios da avaliação. Uma delas se refere às dificuldades que muitos empregados estão tendo para a conclusão dos cursos da Universidade Caixa.
A empresa concordou com a retomada das discussões na comissão paritária já no mês de março. A reunião deverá ocorrer entre os dias 11 e 15.
Condições de trabalho
Login único
A Caixa informou que o piloto foi implantado com sucesso e que a adoção do login único em âmbito geral se dará até o dia 31 de agosto.
Sisag
Os representantes dos empregados voltaram a chamar atenção para os problemas decorrentes da implantação do Sistema de Automação de Produtos e Serviços de Agências (Sisag), como é o caso da falta de suporte para ocorrências nos procedimentos experimentais.
Foi reafirmada a exigência de garantia de não punição aos empregados por erros decorrentes da implantação do novo sistema. A empresa afirmou que os problemas estão sendo eliminados e que os empregados não sofrerão conseqüências pelos que ocorreram ou que ainda possam ocorrer.
Atendimento expresso
A Caixa ficou de analisar os problemas apontados pela representação dos empregados em relação ao atendimento expresso. O principal deles é quanto à utilização de pessoas sem preparação para realizar o serviço, que exige conhecimento mínimo de operações de caixa.
Abastecimento de caixa
Segundo a empresa, das 22 agências que não contavam com corredores para o abastecimento dos caixas até o início deste ano apenas quatro ainda não tiveram solução para o problema.
Abertura de agências
Segundo os representantes da empresa, a Lotação Autorizada de Pessoal (LAP) na novas agências é de, em média, nove empregados. A representação dos empregados relatou exemplos de flagrante escassez de pessoal em boa parte das agências que estão sendo inauguradas e cobrou a ampliação do número de empregados, bem como a observância a outros problemas estruturais que comprometem as condições de trabalho.
PLR
O movimento sindical cobrou a antecipação do pagamento da segunda parcela da PLR para o dia 1º de março. A empresa anunciou o pagamento para esta data.
Fonte: Contraf & Fenae