Relatório a clientes e operadores do mercado aponta que banco espanhol pactua com ataques à democracia do Brasil: “É possível especular sobre um golpe para evitar o retorno de Lula. Ele era inelegível até outro dia, por exemplo. Pode voltar a sê-lo”
Comunicado de economista do Santander reafirma que, apesar de lucros bilionários, banco espanhol segue em permanente conspiração contra o Brasil
Em relatório assinado pelo economista Victor Candido, o banco Santander mostra que compartilha das ameaças e objetivos golpistas de Jair Bolsonaro para evitar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Enviado a clientes e operadores financeiros do banco espanhol no Brasil, o comunicado diz: “Se o sistema político e judicial, se o establishment político brasileiro acha cômico o governo Bolsonaro, o retorno de Lula e seus aliados representa uma ameaça bem mais séria. Hoje, Lira é o presidente da Câmara, mas sob um governo do PT, seria um modesto aliado abrigado em um cargo menor”.
Em seu trecho inicial, o executivo afirma que “(…) é preciso reconhecer um problema na eleição de 2022: a perspectiva de retorno ao poder da máquina de corrupção do governo Lula”. O texto foi enviado por e-mail a clientes e operadores financeiros. O economista do Santander vai além: “Em suma, ninguém apoiará um golpe em favor de Bolsonaro, mas é possível especular sobre um golpe para evitar o retorno de Lula. Ele era inelegível até outro dia, por exemplo. Pode voltar a sê-lo”.
O relatório provocou indignação no PT, no momento em que Lula lidera todas as pesquisas de intenção de voto, desde que foi inocentado de todas as acusações contra ele e teve seus direitos políticos restabelecidos. “Não há dúvida de que o e-mail faz parte de uma análise que o Santander envia para muitas pessoas nos mercados”, afirmou um economista do partido à revista Fórum. Segundo a reportagem, o PT estuda a possibilidade de processar o banco pela defesa de um golpe.
O lucro do Santander no Brasil foi de R$ 4,1 bilhões apenas no segundo trimestre. Apesar das graves crises de saúde, social e econômica que o país atravessa.
Fonte: Rede Brasil Atual com Revista Fórum