‘Embora possa causar complicações em crianças, grávidas, nos mais velhos e naqueles com comorbidades, a gripe não é doença grave’, diz o médico, que recomenda usar máscara e evitar aglomerações
Uma nova cepa do vírus influenza “A” com mutações, a H3N2, começou a circular no Brasil em novembro. Até a última sexta-feira (17), segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Rio, o vírus tinha causado cinco mortes no estado. E enquanto o Rio de Janeiro anunciava estar no meio de uma epidemia, a nova gripe era detectada em outros estados do país.
O Dr. Drauzio Varella explica que uma epidemia de gripe no início de verão é algo incomum, já que o vírus costuma atacar nos meses mais frios.
“Este ano não foi assim, porque com medo da Covid que se espalhava, a maioria usava máscara, evitava aglomeração em ambientes fechados e lavava as mãos várias vezes por dia. Agora que a Covid começa a dar trégua, nós relaxamos um pouco. Aí vem o vírus da gripe”, diz Drauzio.
“Embora possa causar complicações nas crianças pequenas, nas grávidas, nos mais velhos e naqueles com comorbidades, a gripe não é doença grave. Não é grave, mas não é agradável. É melhor não pegar.”
Drauzio afirma que a melhor forma de evitar a contaminação é usando máscara e evitando aglomerações: “Não custa. Daqui a pouco acaba.”
Sintomas
O ator Tonico Pereira ficou uma semana numa UTI depois que o novo H3N2 provocou pneumonia nele. “Eu senti meio me afogando”, conta Pereira, que diz ter sido a pior gripe que ele já teve. “Essa foi avassaladora. A coisa predominante é a fraqueza. Você não tem muita autonomia com o seu corpo”.
Segundo a infectologista da Universidade Federal de São Paulo Nancy Bellei, ao entrar em contato com o vírus uma pessoa começa a apresentar os primeiros sintomas cerca de 48 horas depois: “A pessoa está trabalhando, fazendo alguma coisa, começa a ter uma dor no corpo, uma dor de cabeça”. E, de acordo com Nancy, apenas sete dias após esses primeiros sintomas essa pessoa não transmite mais o vírus.
A virologista Marilda Siqueira, do Instituto Oswaldo Cruz, diz que ainda não há dados concretos para afirmar que este vírus é mais contagioso. “Ele está mudando como ocorre normalmente com os vírus influenza”, explica ela. Ou seja: todo ano o nosso organismo tem que reaprender a enfrentar o vírus.
A Organização Mundial de Saúde organiza uma rede de laboratórios do redor do mundo para acompanhar essas mudanças que o vírus influenza apresenta a cada ano. Assim, a OMS define a composição da vacina que será aplicada no outono seguinte.
Segundo Nancy, quando essa próxima vacina chegar ao Brasil, em março, a situação deve estar melhor: “Em geral, as epidemias duram de seis a oito semanas.”
Crédito: Breno Esaki/Agência Saúde Brasília
Fonte: G1 com Fantástico