Selic teve em um ano e meio seu maior período de elevação desde 1999. Comitê do Banco Central ainda vê cenário de riscos com a inflação
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, interrompendo um ciclo de 12 altas seguidas. De acordo com comunicado divulgado ao final da reunião, na noite desta quarta-feira (21), a decisão “reflete a incerteza ao redor de seus cenários”. Nesse período de elevação, desde março do ano passado, a taxa subiu 11,75 pontos, saltando de 2% para os atuais 13,75%. Foi o maior período de alta desde 1999.
Desta vez, havia certa divisão nas apostas sobre a taxa básica de juros. A maioria acreditava em manutenção da Selic, mas uma parcela dos analistas esperava pelo menos uma última elevação, para 14%. Na reunião anterior, o BC havia falado em avaliar um possível “ajuste residual, de menor magnitude”.
Já havia quem apostasse em fim do “aperto monetário”, mas acompanhado de sinalizações sobre o monitoramento da inflação, que cedeu nas últimas divulgações. Agora, algumas estimativas falam em IPCA de 6% ao final deste ano. Neste momento, soma 8,73% em 12 meses.
Nas duas últimas divulgações, o indicador oficial de inflação no país registrou queda, segundo o IBGE. Em grande medida, por ações do governo para frear as altas dos combustíveis – e, com isso, tentar ganhos eleitorais.
“O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”, afirma ainda o Copom. Convergência, no caso, às metas fixadas anualmente pelo Conselho Monetário Nacional.
Crédito: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil
Fonte: Rede Brasil Atual