Fundação ganha mais com juros cobrados dos participantes no CredPlan do que com os títulos públicos; FIPs têm a maior valorização, com 10,89%
De janeiro a agosto de 2018, o deficit nos planos da Funcef cresceu 3% e chegou a R$ 6,7 bilhões, R$ 205,6 milhões a mais do que o registrado em dezembro de 2017. Em todos os planos, a rentabilidade no período ficou abaixo do esperado. Enquanto a taxa mínima atuarial era de 5,89%, os planos atingiram, no consolidado, 5,59%. Contudo, os ativos investidos pelos planos cresceram 1,7% e somaram R$ 62,7 bilhões. Este é o tamanho do patrimônio dos participantes da Funcef.
Entre os planos, somente o REG/Replan Saldado registrou agravamento do deficit, que ficou na ordem de 5,3% ou R$ 315,4 milhões. Os demais obtiveram reduções em seus desequilíbrios. No Não Saldado, a diminuição foi de cerca de 11%. Já no Novo Plano, a redução chegou a 7%, e no REB, foi superior a 50%.
A menor rentabilidade foi a do Não Saldado (5,19%), seguido pelo REB (5,43%), Novo Plano (5,6%) e Saldado (5,66%), que chegou mais perto da meta atuarial.
Os participantes sofrem uma série de prejuízos com este deficit. A Funcef não faz o seu papel, que é o de cobrar junto à Caixa a parte do contencioso, que são as ações trabalhistas que o banco público perde na Justiça, mas que a Funcef acaba pagando. Essa conta não é dos empregados, e sim da Caixa Econômica Federal.
Maior rentabilidade nos FIPs
A maior rentabilidade entre os ativos da Funcef foi alcançada pelos investimentos estruturados, categoria na qual se enquadram os FIPs, que tiveram valorização de 10,89% no período.
O segmento é de longe o mais rentável da carteira dos planos da Fundação, bem acima da rentabilidade da linha de crédito (CredPlan) ofertada aos participantes (8,53%), segunda carteira mais rentável. Na sequência, aparecem a Renda Fixa, com 7,3%, investimentos imobiliários (5,04%) e, por último, a Renda Variável, que obteve apenas 0,08%.
Os FIPs, que foram condenados pelos atuais gestores da Funcef, hoje impulsionam o resultado do fundo de pensão. Em geral, são investimentos com curva mais longa de maturação, o que, naturalmente, gera grandes expectativas.
Maior concentração na Renda Fixa
A maior concentração de ativos nos planos da Funcef não está nos ativos com maior rentabilidade, mas na Renda Fixa. Os chamados títulos do Tesouro Nacional representam 60,15% dos recursos investidos em agosto deste ano, ante 58,38% em dezembro de 2017.
Já a Renda Variável, segmento no qual se encontram as ações em bolsa de valores, representava 22,4% dos ativos no final de 2017 e desceu para 21,8% em agosto.
A Funcef ganha mais cobrando juros dos participantes do que com os títulos públicos. Os participantes estão ajudando os gestores da Fundação a bater a meta atuarial com o dinheiro dos participantes.
Fonte: Fenae e Seeb SP