O isolamento e o distanciamento social são medidas sanitárias contra a proliferação de doenças epidêmicas ou pandêmicas
Nesse momento, muitos de nós estamos vivendo o chamado distanciamento social, no Brasil e em diversos lugares no mundo. Por definição, o distanciamento social é quando a pessoa permanece em casa para reduzir o risco de transmissão. Isso difere do dito isolamento, que é a palavra usada quando a pessoa permanece separada porque testou positivo para alguma doença. Por fim, diz-se que a pessoa está em quarentena quando a pessoa esteve em contato com alguém que tem uma doença e está aguardando para ver se tem sintomas.
O distanciamento social está nos fazendo ficar em casa 24h por dia, com raras saídas em situações de emergência ou necessidade como comprar comida ou remédio, por exemplo. Estar em casa de forma permanente tem diferentes efeitos nas pessoas e vários fatores devem ser considerados. Um deles é se a pessoa, durante o tempo em casa, permanece efetivamente sozinha por já morar assim ou se se vê fechada de forma permanente com sua família e/ou companheiro(a).
Um outro fator a ser considerado é se a pessoa já apresentava ou não algum sofrimento emocional ou doença psicológica pré-existente, como ansiedade, depressão e síndrome do pânico. Além desses, existem diversos outros fatores a serem considerados como condições financeiras, o conforto e tamanho da casa, etc.
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Quais e como esses fatores estão presentes durante o distanciamento social definem uma série de condições e rotinas que cada um passará durante o tempo no qual esta situação durar. Por exemplo, quem precisa permanecer com sua família o tempo inteiro poderá achar a rotina de cuidar da casa e de interagir com os filhos e/ou companheira(o) extremamente exaustiva e com constantes atritos. Por outro lado, quem precisa permanecer apenas com sua própria companhia pelo fato de morar sozinho, poderá se sentir solitário e se questionar, por exemplo, quando receberá o próximo contato físico, um abraço ou um beijo.
Algumas pessoas não chamam o distanciamento que estamos passando como distanciamento social, e sim como “apenas” distanciamento físico. Vivemos na era da tecnologia e nesse período nossas interações sociais vão se voltar para os dispositivos on-line e, para quem mora sozinho, vão se voltar apenas para estes meios. O contato com o mundo para uma forma apenas digital normalmente provoca um aumento do uso desse meio comparado ao quanto cada um usava antes. Como consequência quase imediata, temos uma sobrecarga de informações e são elas que podem agravar em algumas pessoas quadros já pré-existentes de sofrimento emocional ou fazer aparecer esses em pessoas que antes não apresentavam.
Não sabemos quanto tempo vai durar esse distanciamento social/físico, mas sabemos que o que acontece agora, em cada um de nós, pode influenciar a vida mesmo após o término deste período. Algumas pessoas vão adquirir rotinas e hábitos que vão permanecer. Alguns relacionamentos vão ser modificados de forma positiva, aproximando as pessoas, enquanto outros vão ser afetados de forma negativa provocando o afastamento. Tudo isso pode fazer as pessoas terem uma série de questionamentos e reflexões sobre o que estamos passando e como será o futuro quando esse distanciamento acabar.
É importante que qualquer assunto que incomoda tenha espaço e possibilidade para ser conversado sem julgamentos e com escuta amorosa. É importante procurar ajuda e sempre conversar sobre nossas angústias. Precisando conversar ligue para o 188 ou acesse www.cvv.org.br
Fonte: CVV – 14/04/2020
Escrito por: Viviane – CVV Belém