Banco mantém departamento exclusivo que monitora funcionários nas redes sociais a fim de reunir subsídios para eventuais ações trabalhistas; Sindicato orienta cuidado nas postagens.
"Qualquer coisa que disser poderá ser usada contra você no tribunal.” A orientação dada por policiais norte-americanos quando efetuam a prisão de um suspeito – e tão clichê nos filmes de Hollywood – serve também para os bancários do Itaú. O banco está utilizando informações divulgadas por seus funcionários nas redes sociais para subsidiar defesas em eventuais ações trabalhistas.
Os trabalhadores não devem publicar nas redes sociais qualquer tipo de conteúdo que possa ser usado pelo banco.
A área de Subsídios Trabalhistas, lotada no CA Brigadeiro, está orientando seus funcionários a criarem perfil no Linkedin para monitorar a vida profissional de todos os empregados, principalmente os que ingressam com ação contra a instituição financeira.
A intrusão não para por aí. O banco está obrigando os funcionários desse departamento a assinarem os seguintes termos: “Estou de acordo em usar meu perfil no Linkedin para realizar buscas e subsídios para a defesa trabalhista do Itaú Unibanco” e “Declaro estar ciente que sou responsável pelos dados inseridos no meu perfil, não cabendo ao Itaú Unibanco nenhuma responsabilidade por ocorrências que porventura aconteçam na minha conta”.
O banco obriga os funcionários desse departamento a criar um perfil para monitorar seus colegas e ainda por cima coloca toda a responsabilidade de qualquer eventual complicação que essa ação possa desencadear em cima deles próprios.
O Itaú obrigou os empregados do departamento a assinar o termo até quinta-feira 24, sob ameaça de perda do emprego.
O movimento sindical cobrou resposta do banco sobre essas denúncias e vai continuar acompanhando o caso até que o Itaú reveja essas ordens que atentam contra a liberdade de expressão e a privacidade dos empregados.
Fonte: SEEB SP