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Crise não atinge bancos, pelo contrário

24 de maio de 2019

Estamos numa das piores crises econômicas já vistas no país. Porém, os quatro maiores bancos instalados no Brasil tiveram um lucro de R$ 20,85 bilhões, somente no 1º trimestre deste ano, sim este ano!

No primeiro trimestre deste ano, a soma dos lucros de Itaú, Santander, Bradesco e Banco do Brasil, quatro dos cinco maiores bancos do país, alcançou R$ 20,85 bilhões, crescimento de 19,8% em relação ao mesmo período de 2018. Uma das maiores receitas destas instituições é a combinação entre prestação de serviços e tarifas bancárias, que teve arrecadação de R$ 27,2 bilhões. Somente com essa receita, esses bancos cobrem mais que o total das despesas com pessoal, variando entre 118% no BB e 195% no Santander.

 

Das quatro instituições, apenas o Santander aumentou o número de agências: 28. O Itaú fechou 60 agências físicas e abriu 35 digitais, que agora somam 195. O Bradesco fechou 114 unidades e o BB, 31.

 

Os lucros dos maiores bancos do Brasil seguem em crescimento e batem recordes bilionários. O lucro líquido das cinco maiores instituições financeiras do país chegou a R$ 85,9 bilhões em 2018, com crescimento de mais de 16%. A rentabilidade destes bancos gira na casa dos 20%, isso significa que a cada cinco anos o lucro dos bancos é capaz de dobrar o patrimônio destas instituições.

 

O sistema financeiro deveria promover crédito sustentável e barato, desenvolver áreas prioritárias como habitação, agricultura e educação, e auxiliar no crescimento da Nação com geração empregos. Ao invés disso, os bancos cada vez excluem, concentram renda e detonam o crescimento econômico e social do Brasil.

 

Desemprego

Quanto ao emprego, o comportamento não foi uniforme: o Itaú, por exemplo, tem saldo de 361 vagas em 12 meses, mas fechou 597 postos de trabalho no trimestre. O Santander perdeu 623 vagas. O Bradesco abriu 1.563 – segundo a subseção, devido a contratações na área de negócios – e o BB cortou 1.414.

 

No setor público, o cenário é ainda mais preocupante. O governo quer privatizar o que for possível. Não tem compromisso de manter uma instituição pública forte. Tudo para favorecer o setor privado. Paulo Guedes quer fundir BB ao Bank of America. Como na Caixa, a previsão no BB é de abertura de programas de demissões voluntárias (PDVs).

 

A carteira de crédito dos quatro bancos somou R$ 2,3 trilhões, alta de 6,9%. Na área de pessoas físicas, os destaques foram empréstimo consignado/crédito pessoal, financiamento imobiliário e cartão de crédito.

 

Apesar do lucro, governo trabalha no desvio de recursos para bancos

Segundo Onofre Portella, economista, mestre em História Econômica, doutorando em Economia e professor de Economia Internacional e Macroeconomia na Faculdade Rio Branco, o discurso de Paulo Guedes de que o País quebra sem a Reforma é uma balela e já foi usado na reforma Trabalhista, disseram que ela criaria 6 milhões de empregos imediatamente. Não aconteceu.

 

Era um discurso para obter a aprovação e baratear nossa força de trabalho. Como está desenhada, a reforma da Previdência transfere um dinheiro que hoje está no orçamento da União, que é do brasileiro e retorna para o brasileiro, para o capital financeiro. É uma ampliação da apropriação do esforço de trabalho da população pelo capital financeiro.

 

Movimento sindical

O movimento sindical vem combatendo as tentativas de privatização dos bancos públicos, as demissões em massa liberadas pela reforma trabalhista, o assédio moral e outras manobras dos banqueiros para destruir a regulamentação da categoria bancária. Porém, a conscientização de todos os trabalhadores é fundamental neste momento crítico!

Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região com SEEB de São Paulo

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