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Covid segue em alta no Brasil e especialistas pedem vigilância constante

21 de junho de 2022

A certeza entre os especialistas é de que poder público e sociedade devem ficar vigilantes às piores ondas de contágio da covid. País registrou mais 96 vítimas e 50 mil casos em 24 horas

A transmissão da Covid-19 segue em alta no Brasil. Embora as vacinas confiram mais proteção, estudo aponta que a variante dominante, a ômicron, possui elevado poder de reinfecção. Por outro lado, outra análise indica que a cepa oferece risco menor de covid longa, também graças às vacinas. A certeza entre os especialistas é de que o Estado e a sociedade devem ficar vigilantes às piores ondas de contágio. Enquanto a ciência segue debruçada em entender este vírus, o país registrou mais 96 vítimas nesta segunda-feira, 20, além de 50.272 novos casos. O contágio é superior à média dos últimos sete dias, que está em torno de 35 mil infecções diárias.

 

Com a transmissão e as internações em elevação, os cientistas reforçam a necessidade de cumprir os esquemas vacinais, além de tomar doses de reforço. Nesta semana, o Ministério da Saúde liberou a segunda dose de reforço (quarta dose) para maiores de 40 anos. Serão aplicadas doses para aqueles que tomaram a terceira da AstraZeneca, Pfizer e CoronaVac. Também está liberada a terceira dose para quem já tomou duas da Janssen. A segunda dose de reforço se aplica no mínimo quatro meses após a primeira. Nesse caso, as vacinas serão as fornecidas por Pfizer e Janssen.

 

Vigilância constante

Especialistas também reforçam o alerta para cuidados pessoais no combate ao vírus. O coordenador da Rede Análise, Isaac Schartzshaupt, defende um sistema de informação simples sobre o índice de transmissão da covid-19. Assim, as pessoas podem adequar suas rotinas para aumentar cuidados de acordo com os riscos. “Quando a gente sai de casa, é legal dar uma olhada no aplicativo do clima pra ver se vai precisar se agasalhar, ou levar um guarda chuva (…) E por que, então, sermos contra uma comunicação fácil e simples da vigilância epidemiológica?”, questiona.

 

“Se eu tiver uma maneira simples de entender que estamos em uma onda de contaminação de um vírus respiratório, eu me preparo com o ‘guarda-chuva’ (máscara etc.). A gente não adia eventos quando vai chover muito, e depois remarca e tudo bem? Se estamos dispostos a assumir que os vírus vão ficar o tempo todo com a gente, e que a transmissibilidade vai ser, pra sempre, alta, e teremos vários surtos por ano, precisamos ter comunicação e vigilância constantes”, completou.

 

Estudos e covid

Pesquisadores do Imperial College de Londres divulgaram estudo sobre a covid e reinfecções que desmente teses de que a infecção em massa promove imunização. Na realidade, a principal conclusão é de que a variante ômicron traz um reforço imunológico “fraco” contra o vírus; inclusive da mesma cepa. Trata-se de uma novidade sobre o coronavírus. A proteção contra infecções futuras também cai entre vacinados, mas de uma forma mais amena. “Descobrimos que a ômicron está longe de ser um impulsionador natural benigno da imunidade da vacina, como poderíamos ter pensado, mas é um evasor imunológico especialmente furtivo”, explica em comunicado Danny Altmann, um dos autores do estudo.

 

Altmann reforça que as vacinas seguem garantindo uma boa proteção, especialmente contra casos mais graves. Ele, inclusive, pede que os países sigam com a política de aplicação de doses de reforço. “Embora nossas últimas descobertas destaquem preocupações diretas sobre a natureza da infecção pela ômicron, a vacinação permanece eficaz contra doenças graves. Aqueles que são elegíveis para receber um reforço devem ser encorajados a fazê-lo”, completa.

Crédito: storyset / freepik
Fonte: Rede Brasil Atual

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