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Com Bolsonaro, até Santander reduz lucros

30 de julho de 2022

Decididamente, o Brasil de Jair Bolsonaro é um ponto fora de curva. Que o diga a gigantesca filial brasileira do espanhol Santander, maior banco europeu, com 157 milhões de clientes no mundo (dos quais, 50 milhões usam os canais digitais), que teve no 1º semestre a 1ª queda de lucros e reduziu a posição de liderança no conglomerado de Ana Botin. No mundo, o Santander lucrou 4,894 bilhões de euros, aumento de 16% sobre o 1º semestre de 2021

O Santander Brasil, 1º a apresentar lucros entre os bancos brasileiros, seguiu liderando os ganhos globais, com 1,365 bilhão de euros. Mas o aumento de provisões para bancar o avanço da inadimplência, devido à escalada das taxas de juros – que só perde para as da Argentina, e deixou empresas e pessoas físicas em dificuldades -, fez o lucro encolher 1,1% em euros e reduzir de 36,76%, no 1º semestre de 2021, para 27,89% a fatia do Brasil no lucro global do conglomerado espanhol.

 

No 2º trimestre, o lucro global foi de 2,351 bilhões de euros, com alta de 14% em euros correntes e 2% descontada a inflação. A filial brasileira contribuiu com 737 milhões de euros, um aumento de 5,7% sobre o 1º trimestre e representou 31,3% do lucro global.

 

No comunicado aos acionistas sobre o lucro semestral, Ana Botin destacou que a América do Sul (reforçada pelos aumentos de lucros da Argentina e do Chile, que juntamente com o Brasil praticam as maiores taxas de juros das operações do conglomerado), embora “tenha 15% dos empréstimos” (…) acabou “gerando 33% de nosso lucro”. A Espanha, matriz do banco, teve lucro de 652 milhões de euros (+86%), perdendo, também, para os 736 milhões de euros do Reino Unido (+76%) e para os ganhos de 1.090 bilhão de euros nos Estados Unidos (onde houve queda de 21% nos lucros semestrais, por impactos cambiais).

 

Brasil em 2º plano

 

O Brasil, sempre destacado nos informes globais do banco, ficou em 2º plano no informe do 2º semestre que destacou: “A forte atividade, bem como o aumento das taxas de juros dos bancos centrais no Reino Unido, Polônia e outros países, apoiaram um aumento de 7% no lucro líquido dos juros, com crescimento particularmente forte no Reino Unido (+13%), Polônia (+92%), México (+9%), Chile (+7%) e Argentina (+93%). O lucro líquido também aumentou 7% graças aos maiores volumes e à melhora da atividade. Por exemplo, o volume de negócios de cartões e pontos de venda aumentou 20% e 30%, respectivamente.

 

O lucro subjacente do primeiro semestre cresceu 38% na Europa, para € 1,839 bilhões e 7% na América do Sul, para € 1,946 bilhões, enquanto diminuiu 10% na América do Norte para € 1,578 bilhões devido à normalização esperada nas provisões de perdas de empréstimos. Os lucros subjacentes do Digital Consumer Bank também cresceram fortemente (+16%) para € 572 milhões. A conectividade em todo o grupo continuou a impulsionar o crescimento da receita e a eficiência de custos. A PagoNxt, por exemplo, aumentou as receitas em 87% ano a ano em euros constantes, enquanto os negócios globais do grupo continuaram a ter um bom desempenho, com um resultado particularmente forte no Corporate & Investment Banking: seu lucro subjacente cresceu 28%, para € 1,531 bilhões.

 

O Santander no Brasil

 

No balanço em reais da filial brasileira, o lucro foi de R$ 4,084 bilhões no 2º trimestre (abril a junho), com aumento de apenas 2% frente ao 1º trimestre, enquanto o ganho semestral somou R$ 8,089 bilhões, uma redução de 0,5% frente ao mesmo período do ano passado. Entretanto, como a inflação em 12 meses atingiu 11,9% em junho, queda real dos lucros foi mais acentuada. O próprio balanço semestral indica que os lucros antes dos impostos (R$ 10,476 bilhões) tiveram queda de 20,3% frente a igual período do ano de 2021.

 

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O banco acusou aumento de custos, sobretudo salariais, em decorrência das reposições salariais para acompanhar a elevada inflação, e o aumento da inadimplência, que exigiu o reforço das provisões (erro que o banco não fez em 2020 e 2021). As provisões de créditos cresceram 24,6% no 2º trimestre (R$ 5,745 bilhões) e somaram R$ 10,357 bilhões no semestre (aumento de 59,7%).

 

O risco da inadimplência

 

A inadimplência total nas operações com atraso acima de 90 dias avançou de 2,2% em junho de 2021 para 2,9% em junho deste ano (2,7% em dezembro). A maior deterioração foi na carteira de pessoas físicas, que representam 46,18% dos empréstimos (um aumento de 14% em relação ao 1º semestre de 2021) e aumentou de 3,2% em junho de 2021 para 4,1% em junho último (3,6% em dezembro).

 

Vale notar que boa parte dos empréstimos envolve cartões de crédito. Em termos de receitas de serviços, os cartões de crédito são a maior fonte do Santander no Brasil. No 2º trimestre, para receitas totais de R$ 4,886 bilhões (+ 5,7% sobre o 1º), os cartões de crédito geraram R$ 1,402 bilhão em receitas (+5,5%). No ano, para receitas totais de R$ 9,499 bilhões (um aumento de 3,8%) sobre o 1º semestre de 2021, os cartões de crédito arrecadaram R$ 2,731 bilhões, um avanço de 24,7% em relação ao mesmo período de 2021. O outro lado da moeda, é que essa facilidade de crédito, com as maiores taxas de juros do país, provoca um endividamento em bola de neve em muita gente.

 

Nas pessoas jurídicas a inadimplência ficou estável em 1,1% em junho (como em 2021), depois de atingir 1,3% em dezembro e 1,4% em março deste ano. O banco não discriminou a situação das grandes empresas (R$ 123,802 bilhões, redução de 4,1% frente ao 1º semestre de 2021) e das pequenas e médias empresas, contempladas com R$ 62,5 bilhões em empréstimos, que representam apenas 13,37% da carteira de crédito), menos que os R$ 65,690 bilhões em financiamento ao consumo. O alto nível dos juros no Brasil explica muito da inadimplência, situação que tende a se agravar na Argentina, com as maiores taxas de juros do Grupo Santander no mundo.

 

Brasil perde importância no lucro do Santander (em milhões de euros)

Com Bolsonaro, até Santander reduz lucros

Crédito: Fabiano Couto
Fonte: Jornal do Brasil – 28/07/22
Escrito por: GILBERTO MENEZES CÔRTES

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