Há semanas em campanha pelo auxílio de R$ 600 até dezembro, as centrais enfatizam a importância dessa renda para reduzir o impacto da crise e manter algum nível de atividade econômica. Ontem (29/9) os sindicalistas percorreram o Congresso para entregar manifesto e dialogar com deputados federais a fim de não rebaixarem o valor para R$ 300
Na expectativa da votação da Medida Provisória (MP) 1.000/2020, dirigentes de centrais sindicais percorreram o Congresso ontem terça-feira (29) para defender a manutenção do auxílio emergencial, mas preservando o valor de R$ 600. Editada no último dia 3, a MP prorroga o benefício até dezembro, só que o reduz pela metade. Parte das 264 emendas apresentadas propõe quantias maiores.
Há semanas em campanha pelo auxílio de R$ 600, as centrais enfatizam a importância dessa renda para reduzir o impacto da crise e manter algum nível de atividade econômica. O Dieese afirma que parte do valor gasto retorna em forma de impostos, por meio do consumo, além do efeito para o resultado do PIB.
Diálogo social
“Conclamamos parlamentares e partidos para um amplo diálogo social compromissado com a nação brasileira, com o desenvolvimento econômico sustentável, com a justiça social, diálogo esse que deve agora materializar-se na manutenção do auxílio emergencial de R$ 600 até dezembro”, diz trecho de documento assinado pelas centrais (leia íntegra ao final). Durante o dia, sindicalistas distribuíram o texto a líderes partidários. Também circula um abaixo-assinado para reforçar a campanha.
Estatais e serviço público
Hoje (30), as centrais estão promovendo a Campanha Nacional em Defesa das Estatais e do Serviço Público. Desde cedo, estão sendo realizados atos presenciais e virtuais em várias regiões. O objetivo é mostrar as consequências negativas, para a sociedade, da privatização e do projeto de “reforma” administrativa.
Confira íntegra do documento das centrais
Manutenção do auxílio emergencial de R$ 600 até dezembro
É bom para o povo, para a economia e para o Brasil
As Centrais Sindicais: Intersindical Central da Classe Trabalhadora, CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, CSP-Conlutas, Intersindical Instrumento de Luta e Pública, seus sindicatos e entidades, apresentam a proposta para que o Congresso Nacional vote a Medida Provisória 1000 e, ao mesmo tempo, restitua o valor de R$ 600 para o Auxílio Emergencial (R$ 1.200 para mãe chefe de família).
A Medida Provisória 1000 corta o auxílio emergencial pela metade, reduzindo-o a R$ 300, restringindo ainda mais a capacidade de milhões de famílias brasileiras enfrentarem as consequências da crise sanitária causada pela pandemia do Coronavírus, em especial o desemprego e a perda de renda do trabalho. A redução do auxílio compromete gravemente a capacidade de as famílias garantirem alimentação, moradia, transporte e outros bens de consumo básicos.
O auxílio emergencial de R$ 600,00 afiançou o consumo básico de mais de 65 milhões de trabalhadores e trabalhadoras informais, fomentou a atividade nas empresas e protegeu milhões de empregos, fazendo a roda da economia girar, impedindo, assim, que uma crise econômica ainda maior se instalasse no país. Mais de R$ 230 bilhões já foram mobilizados para financiar esse auxílio e teve um impacto positivo na massa de rendimentos das famílias que, transformada em consumo, foi capaz de sustentar mais de 2% do PIB brasileiro em 2020. Há também impactos positivos sobre as receitas fiscais de municípios, dos Estados e da União e Previdência Social.
Papel do Estado
Sairemos dessa grave crise sanitária e econômica se formos ousados e tivermos capacidade efetiva de atuar juntos. Cabe ao governo federal articular e coordenar os esforços de enfrentamento da crise sanitária. Contudo, o governo atua no sentido contrário, o que significa milhares de vidas perdidas por COVID19, mortes que poderiam ter sido evitadas.
Cabe ao Estado mobilizar os recursos públicos, com impostos progressivos e taxando os ricos, para garantir renda básica para todos que necessitem. Bem como mobilizar investimentos à retomada das milhares de obras paradas, para a expansão da nossa infraestrutura econômica e social. Orientando para um desenvolvimento produtivo ambientalmente sustentável, justo e solidário.
Desenvolvemos uma Campanha Nacional nas bases sindicais, nos movimentos sociais e organizações para manter o auxílio emergencial de R$ 600 até dezembro.
Conclamamos parlamentares e partidos para um amplo diálogo social compromissado com a nação brasileira, com o desenvolvimento econômico sustentável, com a justiça social, diálogo esse que deve agora materializar-se na manutenção do auxílio emergencial de R$ 600 até dezembro.
Setembro de 2020
Fonte: Rede Brasil Atual com edição da Comunicação do Sindicato dos Bancários de Santos e Região