Os produtos iniciais exibiam três cenas de casais: um de heterossexuais, um de homossexuais e outro com um homem e uma transexual. Para o presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, a campanha modificada é um retrocesso.
Após alterações, a campanha contra a Aids do Ministério da Saúde no carnaval, apresentada no início do mês, recebe críticas do movimento LGBT – Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais. Os produtos iniciais exibiam três cenas de casais: um de heterossexuais, um de homossexuais e outro com um homem e uma transexual. Nesta semana, o Ministério decidiu somente veicular para o público em geral a imagem dos heterossexuais.
O slogan da campanha é “Na empolgação, pode rolar de tudo. Só não rola sem camisinha. Tenha sempre a sua”.
Para o presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, a proposta inicial era positiva, pois dava visibilidade a um segmento que sofre preconceito e debatia a prevenção da Aids no carnaval.
“Inicialmente, é uma campanha que liberta, que tira as pessoas do gueto e as coloca [visíveis] para a sociedade em geral. Foi muito inoportuno e muito cruel a retirada do vídeo, que não tinha nada de mais. No vídeo aparece apenas duas pessoas em uma ação de carinho”.
Segundo o Ministério, o vídeo para rede nacional de TV aborda a incidência da Aids, o aumento de 10% de casos entre os jovens gays e o uso regular de preservativos por apenas 43% dos jovens. Já a peça com o casal de homossexuais será veiculada somente em ambientes fechados e frequentados pelo público-alvo deste ano, os gays entre 15 e 24 anos.
Marcelo afirma que a exclusão se soma às políticas do governo federal para o segmento, como o veto ao kit contra a homofobia nas escolas.
“É um retrocesso e está fazendo parte desse compromisso que a presidente tem de não tratar de uma forma séria e aberta das questões da diversidade [sexual]”.
Fonte: Radioagência NP