A Caixa Econômica Federal obteve lucro líquido de R$ 7,2 bilhões em 2015, o que representa aumento de 0,9% em relação ao ano anterior. Os números foram divulgados nesta terça-feira (8). Com a divulgação dos resultados, o movimento sindical está pressionando para que o banco efetue o pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) nesta quarta-feira, 9.
Conforme o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2015/2016, a empresa tem até 31 de março para creditar os valores. Desde a reunião da mesa permanente, em 28 de janeiro, o movimento sindical tem cobrado o pagamento da PLR.
A Caixa encerra mais um ano com lucro líquido significativo. Os números mostram que há, sim, condições de melhorar as condições de trabalho e contratar mais trabalhadores. Enquanto a empresa se orgulha do lucro de R$ 7,2 bilhões, empregados continuam sobrecarregados nas unidades de todo o país.
Cálculo da PLR
Na Caixa, a PLR é composta pela regra básica Fenaban, prevista na Convenção Coletiva de Trabalho 2015/2016 dos bancários, correspondente a 90% do salário mais R$ 2.021,79, limitado a R$ 10.845,92; parcela adicional, que representa 2,2% do lucro líquido dividido pelo número total de empregados em partes iguais, até o limite individual de R$ 4.043,58; e PLR Social, equivalente a 4% do lucro líquido, distribuídos linearmente para os trabalhadores.
A primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados, correspondente a 60% do total a ser recebido, foi creditada no dia 6 de novembro do ano passado. O que for recebido de PLR até R$ 6.677,55 está isento de Imposto de Renda Pessoa Física, o que foi uma conquista importante da categoria. Acima disso, a tributação é escalonada.
Caixa 100% pública
Ainda em relação ao balanço da Caixa de 2015, o retorno sobre o patrimônio líquido médio nos últimos doze meses foi de 11,4%. A margem financeira alcançou R$ 41 bilhões, avanço de 18,9% em 2015, impactada, principalmente, pelo aumento de 30,5% nas receitas de crédito e de 44,9% no resultado com títulos e valores mobiliários e derivativos.
O crédito habitacional continuou a ser o principal destaque do crédito da Caixa, com evolução de 13% no ano e saldo de R$ 384,2 bilhões, que representa a liderança de mercado com 67,2% de participação. Já as operações de saneamento e infraestrutura apresentaram, ao final de 2015, saldo de R$ 70,9 bilhões e crescimento de 24,9% em relação ao ano anterior.
A poupança, com saldo de R$ 241,4 bilhões, continua sendo a fonte de recursos mais importante para o financiamento das operações habitacionais. Mesmo com o comportamento do mercado, a poupança da Caixa apresentou elevação de 1,9% no saldo e ampliou a sua participação no mercado em 1%, chegando a 36,8% no final do ano.
Em 2015, o banco era responsável pela gestão de mais R$ 2 trilhões em ativos, aumento de 12,3% em 12 meses, impulsionado principalmente pelos ativos próprios, que chegaram a R$ 1,2 trilhão, avanço de 13%. Ainda, conforme o balanço, a base de clientes da Instituição alcançou 82,9 milhões de correntistas e poupadores em 2015, alta de 5,9% em 12 meses. A carteira de pessoas físicas atingiu 80,7 milhões, e a de pessoas jurídicas, 2,2 milhões.
Na área social, foram pagos cerca de 163,3 milhões de benefícios sociais, correspondendo a R$ 27,5 bilhões. Em doze meses, a Caixa injetou R$ 732,7 bilhões na economia brasileira por meio de contratações de crédito, distribuição de benefícios sociais, investimentos em infraestrutura própria, remuneração de pessoal, destinação social das loterias, dentre outros.
Os números reforçam a importância que a Caixa tem hoje para o país e motivam a continuar lutando para que o banco continue 100% público. E uma das principais batalhas no momento é contra o PLS 555/2015, que está na pauta do Senado e pode ser votado nesta quarta-feira, 9. Não à precarização! Mais contratações já!
Fonte: Com informações da Fenae