Dados referente a março revelam que mulheres são mais afetadas pelos desligamentos e que salário de novos contratados é menor do que o dos admitidos
Após 11 meses de resultados positivos, o setor bancário apresentou, no mês de março, queda no emprego formal de 212 postos de trabalho (2.892 admissões e 3.103 desligamentos). Nos últimos 12 meses, o saldo ainda é positivo, em 11,7 mil postos, impactado pela contratação de profissionais de tecnologia da informação, vagas não ligadas diretamente a serviços bancários, e pela convocação, pela Caixa Econômica Federal, de aprovados no concurso de 2014, seguindo ordem judicial.
Durante a pandemia do novo coronavírus, de março de 2020 a março de 2022, foram fechados cerca de 2 mil postos de empregos bancários. Já nos últimos 12 meses, foram 47.978 admissões (12,6% da Caixa) e 36.240 demissões. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Gênero, idade e remuneração
No mês marcado pela luta das mulheres, o saldo de emprego bancário entre os homens foi positivo em 96 postos, e entre as mulheres, negativo em 308 vagas. Segundo o movimento sindical, a discriminação é estrutural no Brasil. Por isso, a luta, principalmente das mulheres, pela igualdade de gênero deve ser constante.
No que se refere às faixas etárias, houve ampliação apenas na faixa de 18 a 29 anos, com 447 vagas. Para as demais idades, foram fechados 659 postos. O salário mensal médio de um bancário admitido em março foi de R$ 5.558,55, enquanto o do desligado era de R$ 6.414,92.
Ramo financeiro
No ramo financeiro, sem contar a categoria bancária, houve mais contratações que demissões em todos os últimos 12 meses, com a geração de 47,6 mil postos. Em março, foram abertas 3.402 novas vagas, 12,4% a mais que fevereiro. No entanto, em comparação ao mesmo mês do ano de 2021 houve redução de 25,9%.
Entre as atividades financeiras, as que mais contribuíram para o impacto favorável foram crédito cooperativo (860 vagas), holdings de instituições não financeiras (813) e corretores e agentes de seguros, de previdência complementar e de saúde (480).
Caged geral
Em março de 2022, o Novo Caged mostra que o emprego com carteira assinada teve crescimento de 136.189 postos. Em relação aos resultados gerais do mercado, que inclui o trabalho informal, no primeiro trimestre de 2022, a desocupação estava em 11,1%, ou 12 milhões de trabalhadores, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
Havia também 27,3 milhões de pessoas subutilizadas e cerca de 4,7 milhões desalentados. Dos 95,2 milhões de ocupados, 46,2 milhões (48,5%) estão em postos sem carteira assinada ou atuam por conta própria, montante superior aos protegidos pela legislação trabalhista, dados que reforçam a precarização no mercado de trabalho brasileiro.
Confira análise mais detalhada no estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), subseção Contraf.
Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil
Fonte: Contraf com edição da Comunicação SEEB de Santos e Região