Situação dos brasileiros ficou ainda pior com a reforma da Previdência realizada pelo ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes. Pune jovens, trabalhadores no meio do caminho e mais pobres
Que o Brasil é um dos países mais desiguais e socialmente injustos do mundo, todo mundo sabe. Mas além de ter dificuldade ao acesso à saúde e educação de qualidade, ganhar salários baixos em relação à elevação dos custos dos produtos e ter uma política tributária que taxa mais os pobres (nos produtos) e a classe média (na fonte do Imposto de Renda), o país, apesar de ser tão rico, é o segundo pior para as pessoas se aposentarem num ranking de 44 países avaliados. A pesquisa é do Índice Anual de Aposentadoria Global da consultoria de investimentos Natixis, que leva em consideração para realizar o ranking, questões relacionadas à saúde, qualidade de vida, inflação, renda per capita, taxa de desemprego, além de taxas de juros e dívida pública. Com isso, são montados quatro índices: de bem-estar material, saúde, qualidade de vida e finanças para aposentadoria.
O Brasil ficou na 43ª posição, penúltimo pior país para os aposentados, sendo que a sua pior nota foi atribuída ao acúmulo de bens materiais, que avalia a igualdade de renda, com 4% – essa também é a pior nota do índice para os países latinos.
No topo estão países que sempre se destacam nos rankings de IDH (índice de Desenvolvimento Humano): em primeiro lugar está a Noruega, com destaque para os índices de saúde (91%) e qualidade de vida (87%). Também estão na disputa pela liderança, a Suíça e a Islândia.
Reforma piorou
A reforma da Previdência feita pelo governo Bolsonaro, planejada pelo ministro da Economia Paulo Guedes, tornou a situação da aposentadoria no Brasil ainda pior. A criação da idade mínima (65) pela Previdência Pública (INSS), puniu trabalhadores no meio para o fim do caminho, mas principalmente os jovens, que muitas vezes não têm carteira assinada no trabalho informal e ainda teve a extensão da idade; os mais pobres, que começam a trabalhar mais cedo e em muitas regiões rurais, que na maioria das vezes não chegam a completar 65 anos e começam a trabalhar muito cedo, com dez, doze ou quatorze anos.
Os trabalhadores terão que trabalhar mais e o valor para o cálculo da aposentadoria do INSS diminuiu ainda mais.
“Muito desumano ter que trabalhar até morrer, ou morrer antes de se aposentar, ou ainda conseguir se aposentar e não poder suprir as necessidades de saúde e compra de remédios por exemplo”, diz Élcio Quinta, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Veja o ranking completo de países
Posição País Índice
1º Noruega 81%
2º Suíça 80%
3º Islândia 79%
4º Irlanda 76%
5º Austrália 75%
6º Nova Zelândia 75%
7º Luxemburgo 75%
8º Países Baixos 75%
9º Dinamarca 74%
10º República Tcheca 73%
11º Alemanha 72%
12º Finlândia 71%
13º Suécia 71%
14º Áustria 71%
15º Canadá 71%
16º Israel 70%
17º Coreia do Sul 70%
18º EUA 69%
19º Reino Unido 69%
20º Bélgica 69%
21º Eslovênia 69%
22º Japão 69%
23º Malta 68%
24º França 66%
25º Estônia 66%
26° Polônia 64%
27º Singapura 64% 28º Portugal 64%
29º Chipre 62%
30º Eslováquia 62%
31º Itália 62%
32º Hungria 58%
33º Lituânia 57%
34º Chile 55%
35º Letônia 54%
36º México 49%
37º Rússia 49%
38º Espanha 49%
39º China 48%
40º Grécia 42%
41º Turquia 36%
42º Colômbia 34%
43º Brasil 29%
44º Índia 9%
Crédito: Marcello Casal Junior/EBC
Fonte: SEEB do RJ
Escrito por: Carlos Vasconcellos com edição da Comunicação do SEEB de Santos e Região